quinta-feira, 18 de julho de 2019

O SANTO DO BRASIL JULHO 2006


O santo do Brasil


     Exemplo de renúncia e dedicação aos pobres, São Francisco de Assis é uma das figuras mais cultuadas do catolicismo. Nascido aquinhoado, o fundador da ordem dos franciscanos, o “Irmão do Sol” como é conhecido, na ocasião em que proclamava os valores mais elevados do cristianismo quase teve a sua cabeça a prêmio pela cúpula da Igreja, sob a acusação de estimular movimento de cisão.
     A verdade é que ao longo da perturbada história da humanidade anônimos e famosos, aqui e acolá, em nome de Deus ou simplesmente da solidariedade, abandonariam o seu bem-estar pessoal para se devotar às parcelas menos favorecidas da população.
     Os brasileiros estão agora assistindo a esse período de divinização vivido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seus feitos vêm de longe.
     Co-descobridor do Brasil (estava na caravela ao lado de Pedro Álvares Cabral), foi coroinha de frei Coimbra na primeira missa. Ajudou a escrever a carta de Caminha e até batalhou por um emprego para um amigo do PT.
     Fora outras ações menos relevantes, vale supor que esteve ao lado dos luso-brasileiros que expulsaram os holandeses. Pedro I estava rouco no dia 7 de setembro. Puxou a espada, mas foi Lula quem soltou o grito do Ipiranga.
     Princesa Isabel bateu o pé: só assinaria a Lei Áurea na presença de dom Inácio. Um ano depois, o mesmo d. Inácio ajudaria a detonar a monarquia. Mais recentemente, não só criaria a Petrobras como colocaria petróleo no nosso subsolo. (Lula talvez pense ser tudo isso.) Hoje, Luiz Inácio devota-se de forma “franciscana” aos pobres. Segundo ele, “É fácil governar para o os pobres. Os pobres não vivem se queixando (conformam-se com 60 reais do Bolsa-Família), nem fazem passeata em Brasília”. Nesse ato-falho o presidente admitiu que seu amigo Bruno Maranhão e o MLST, subvencionados pelo governo, não passam de baderneiros.
     Apesar do decantado amor pelos pobres, Lula ainda não é Francisco de Assis, até porque percorre caminho inverso. Dos pobres deseja os votinhos. Segundo a imprensa, seu filho Lulinha teria vendido uma empresa de fundo de quintal por 5 milhões. A compradora foi uma concessionária de serviço público... Quando Lula se sacraliza e assume sua opção preferencial pelos pobres, esquece que promoveu um verdadeiro massacre contra a classe média e em particular contra o funcionalismo federal, ao mesmo tempo em que o lucro sistema bancário virava uma farra monumental.



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