quinta-feira, 18 de julho de 2019

INFIDELIDADE E GRATIDÃO SET 2006


Infidelidade e gratidão


     Salvo melhor juízo, na modesta opinião deste comentarista a reeleição do Lula está garantida. Em Alagoas, a coisa parece não estar tão definida assim, apesar de as candidaturas mais fortes cantarem vitória. Para o bem ou para o mal, penso que haverá segundo turno.
     Embora tenha minhas preferências consolidadas, vejo com certa resignação o resultado do pleito. Cada vez mais desconfiado com as boas intenções, qualquer que seja o vencedor, certamente meu destino não será nem o Edifício Breda, muito menos a Ponte do Reginaldo.
     Não deixarei, no entanto, de lamentar (mais pelos meus netos) se a escolha incidir em determinados nomes que, independentemente de simpatias pessoais, não têm condições psíquicas e|ou merecimentos morais para ocupar determinados cargos públicos.
     Batendo nessa tecla, o deputado Fernando Gabeira - hoje uma voz de credibilidade no mundo político - publicou uma espécie de resumo para o “bom voto” em que recomenda prestar atenção na vida pregressa do candidato antes de o eleitor se definir. A razão é clara: se o passado condena, certamente o
futuro é ainda pior.
     A abominável compra de votos é outro item de Gabeira. Candidato que paga para conseguir se eleger certamente não será uma boa escolha. (Na melhor das hipóteses, quando assumir ele vai querer o seu dinheiro de volta). Evidente que a prática, por razões óbvias, só pode ser feita por quem tem cacife ou então detentor de
facilidades no poder público.
     É por aí que entra o
programa do governo Lula denominado “bolsa família”, honra e glória dos governistas. Em princípio, a idéia não é má. Conceder auxílio, mesmo irrisório, a quem não tem de onde tirar o sustento é um ato humanitário, digno de aplauso. Melhor ainda se o governo que se propôs a conceder tal benefício não descambasse para a corrupção desenfreada. Eleitoreiro e demagógico, no fim de tudo o programa não deixa de ser um mea-culpa pela incapacidade de gerar os empregos prometidos.
     Médico do SUS, nos últimos dias a curiosidade tem me levado a saber se os meus clientes fazem parte do dito programa. É surpreendente a quantidade de pessoas beneficiadas. O que chama a atenção é a falta de critérios para distribuir a benesse. A gana por votos é tão grande que a doação da esmola ficou indiscriminada.
     Ainda que a fidelidade esteja em baixa entre os políticos, não tenho dúvidas de que o povão saberá ser muito grato ao candidato Lula por essa rendinha extra.



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