GÊNIOS DAS
FINANÇAS
Prestigiado
na justiça e com o poder ampliado pelo domínio quase absoluto do legislativo, é
compreensível que as assertivas do presidente Lula ganhem dimensão exponencial.
Uma das
últimas brincadeiras do presidente foi apelidar de “choque de gestão” o
aparelhamento do estado com apaniguados. Certamente para justificar os altos
salários dessas futuras sinecuras, Lula defende remunerações
elevadas e contratação de “pessoas competentes”.
Assim falando,
Sua Excelência parece ignorar a existência de milhares de funcionários públicos
de altíssima competência ganhando
merreca. Aliás, foi da sua lavra a autorização para um aumento de 0,1
por cento desse funcionalismo que agora, ironicamente, ele diz querer bem
remunerado.
Na verdade,
por cima da carne seca, com uma máquina de moer o contribuinte da classe média
através de impostos e arrocho salarial, o governo precisa pagar a conta pela
aprovação da CPMF. É a sandália nova que o senador Wellington Salgado, com sua
repelente imagem, cobrou e deve receber.
Empreguismo
não chega a ser uma novidade entre nós. Identificado como um dos mais expressivos líderes da
política alagoana nos últimos 50 anos, o economista Divaldo Suruagy foi
carimbado como o governante que mais empregos públicos concedeu.
Foram quinze
mil nomeações, se não me falha a memória, entre serviçais, professores, economistas,
engenheiros, advogados, pessoal da saúde, aspones, juízes, promotores, desembargadores,
auditores e conselheiros do Tribunal de Contas e outros ingratos. Ou seja, do
pé rapado aos sultões da máquina pública,
passando pelos mamadores de costume. Até os inimigos políticos conseguiam
emplacar os afilhados. O “milagre econômico”
avalizava o Estado pródigo.
Nas voltas
que o mundo dá, passada a era Suruagy, assumem o poder no estado e no país seus
mais implacáveis adversários. Cheios de empáfia, com um discurso moralizante,
destilando “o social” por todos os poros, o apetite dos “meninos” por cargos e
mordomias revelou-se pantagruélico.
Nesse
aspecto, a esquálida Alagoas ficou de queixo caído com a ascensão de modestos servidores públicos que, do dia para a noite, passaram a exibir
excepcional condição financeira. À boca
larga, fala-se em acúmulo de imóveis, investimentos em terras e no comércio e
até sociedades em prósperas empresas de “Factoring”. De repente, quem sabe,
foram tocados pelo mesmo condão que transformou Lulinha Júnior num dos maiores gênios
das finanças desse país.
04/10/2007
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