quinta-feira, 18 de julho de 2019

A TRISTEZA DE LULA MAIO 2006


A tristeza de Lula
 RONALD MENDONÇA
 Médico e professor da Ufal

     Nosso Brasil, como a Bolívia, é uma terra de gente pobre. Até há pouco tempo integrava um conglomerado conhecido como países do terceiro mundo. De uns anos para cá a denominação tornou-se mais simpática, passando para “país emergente”. Tudo é uma questão de nomenclatura porque os índices de miséria, pobreza, má distribuição de renda, desemprego e, sobretudo, de doenças persistem alarmantes.
     Graças aos recursos de monitorização contínua sabe-se hoje em que pé estão as doenças infecto-contagiosas, as cardiovasculares, os acidentes, os homicídios e o câncer como causas de morte. No universo de males que infernizam nossa existência, a doença mental ocupa lugar destacado. Da prosaica neurose até graves psicoses, a vulnerável mente humana é prato feito para um oceano de distúrbios mentais. São inacreditáveis os índices de comprometimento psíquico na população.
     Nesse contexto não é de admirar as sandices do ex-secretário do PT nacional, Silvinho de tal. Aquilatado publicamente o “surto psicótico”, finalmente agora se sabe porque o valoroso e ético partido, honra e glória do povo brasileiro, se viu envolvido num cipoal de intrigas e fofocas: crises existenciais do seu secretário.
     Com efeito, se já não bastasse o olhar maligno das elites, a “secar” a fértil e competente administração do País, o frágil Silvinho seria acometido por graves surtos de doença mental. Num deles aceitou uma Land Rover de presente. A essa altura, não há como duvidar da inocência do restante da quadrilha. O culpado de tudo é o doido. Ator de péssimos recursos, não fora a evidente ambiguidade moral do ex-secretário, chegaria a pensar no constrangedor massacre impingido a um louco assumido. Durante a sessão na CPI, o cara queria parecer tão maluco que só faltou pedir fezes para lanchar.
     Corrupto, chantagista descarado, ao malucóide acidental sobrariam resíduos de bom senso: não só poupou o chefe como o cobriu de elogios (evidentemente mentirosos), paradoxalmente, única coisa coerente de toda essa indignidade.
     Aliás, dos jornais só olhando as páginas esportivas, à distância, Lula tem dado a impressão de estar muito deprimido. Não é para menos. Nos últimos tempos a atuação bisonha do nosso Corinthians está igual ao seu governo. A gota d’água foi a decepção com um ídolo sul-americano: de fato, o argentino Carlito Tevez, homem-gol do Timão, nunca mais encaçapou nada.



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