CORRIDA DE JEGUES
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL
Nos últimos anos da década de 70 do passado século, Bebedouro reviveria uma das suas tradições: a corrida de jegues. Tendo como organizador um entusiasta dos folguedos populares – o bebedourense Mauro Guedes Farias (ex-pastor dos pastoris do Padre Fernando Iório), o evento despertaria a curiosidade de parte da imprensa.
Na realidade, a idéia não era original. O lendário Bonifácio Silveira, festeiro incorrigível, já no início do século 20 introduzira esse certame, como integrante dos festejos natalinos. A grande virtude de Guedes foi a de retirá-la do fundo do baú, conseguindo, durante algum tempo, revigorar essa singular recreação.
Coetâneo, amigo de infância, depois meu aluno na Escola de Ciências Médicas, não sei se exclusivamente às custas dos jegues, o fato é que Mauro elegeu-se vereador por duas ou três vezes. Período de certa prodigalidade para o bairro, que ainda contava com João Freitas Neto, outro amigo de infância, e Braga Neto. Não posso deixar de registrar: mesmo com essa bancada “da pesada”, nosso querido berço não conseguiu sair do atraso em que ainda hoje se encontra mergulhado.
Nascido para as durezas do trabalho, animal desprovido do physique du rôle para atingir grande velocidade, atarracado –quando comparado ao porte dos eqüinos, pernas curtas, a fama de aliado do homem compete com proverbial atributo anatômico. É claro que, não obstante a capacidade laborativa, é covardia alinhar o jegue para uma corrida com o cavalo. A não ser com os mancos, os capengas.
Mas esse papo de jegues campeões tem um motivo. Essa semana, noticiou-se o salto sensacional que o Brasil deu sobre ninguém menos que a Inglaterra. Coisa extraordinária! Nessa corrida, é o sexto colocado! Graças a esses oito anos de governo, nosso PIB finalmente superou um país que um dia dele fomos reféns econômicos. Já deixamos no chinelo a Itália e a Espanha; Portugal nem se fala... Em breve daremos uma goleada na França. É mero detalhe o fato dessa gente estar vivendo um período complicado. São os cavalos mancos levando poeira do jegue.
Mas, se o bom Deus quiser, o nosso socialismo petista/comunista/peemedebista vai dar na cara dos insuportáveis americanos, abomináveis capitalistas, que desaprenderam a construir uma nação. IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é papo burguês.
Sim. Porque uma grande nação é feita de grandes líderes: Lula, Dilma, Orlando, Lupi Dirceu, Erenice, dentre outros de igual tutano. E de jegues.
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