Amigo:
As crianças que crescem à nossa revelia nos dizem
Que o tempo passou sem pedir licença.
E o que passamos
pequenas conquistas
inesperadas perdas
Nos dizem que adquirimos o direito à alegria
E porque adquirimos
Havemos de tecê-la com linhas de bem querer
Agulhas de afetos
E o direito de manter uma criança escondida em cada um de nós
Num certo jeito de resistir à velhice sisuda que esquece sonhos e projetos
Na viagem feliz a Paris com a mulher amada
Na libertinagem saudável das fantasias
Na memória de um Bebedouro onde jamais deixaste de beber histórias da infância
Amigo:
As crianças que crescem a nossa revelia te ensinam o prazer da tolice necessária
Da leveza dos sábados
Da gargalhada sem script
E é uma dádiva envelhecer com esse ar menino
Que te salva das certezas arrogantes
E nos diz,entre risos,por entre lágrimas antigas ou reincidentes
Que a historia que viveste
E escreveste
Comportam,ainda,
A sem cerimônia da tua crônica
Assanhada menina
Que sorri e grita com igual vigor
Um pouco do Caio
Um muito da Maria
Um tanto da Rosinha
Imagem que espia
E abençoa
A alegria
Criança
de agora.
Maceió, 6 de dezembro de 2012.
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