
quinta-feira, 23 de maio de 2019
Um país de vitórias e olímpias
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E PROFESSOR DA UFAL
Passou o 7 de setembro e o País continuou de pé, apesar das anunciadas ondas de protesto que se prenunciavam arrasadoras. Quem foi às ruas ou quem viu pela TV ficou comovido com o clima de bom-mocismo do MST, que chegou a dar pulinhos de alegria diante das estripulias da esquadrilha da fumaça.
Como de praxe, o presidente Luiz Inácio leu o seu discurso enaltecendo a estabilidade da inflação, o crescimento econômico, a melhoria salarial, a oferta de três milhões de novos empregos. Pela óptica presidencial o País está muito bem.
Certamente estaria melhor não fora a “crise fabricada pelas elites”.
Como se sabe, os banqueiros no Brasil estão com a mão na cabeça, nocauteados por um prejuízo monumental, imposto pela sadia orientação econômica do governo, “voltada para os mais pobres”.
A coisa está tão preta que o pessoal do Bradesco e do Itaú está pensando em mudar de ramo, quem sabe, fazer concurso para médico do PSF.
Para Lula e seus áulicos, o próprio PT continua aquela agremiação acima de qualquer suspeita, salvo por “algumas bobagens” de uns poucos, que andaram fazendo coisas feias que todos fazem. Ninguém deve ser punido por isso. No máximo, um protocolar pedido de desculpas à nação.
Aliás, a cultura da impunidade chegou a um grau de perversão assustador. A esse respeito, relembro ao leitor que há duas ou três semanas a imprensa destacou a coragem de dona Vitória, uma pacata viúva de 80 anos, moradora do Rio de Janeiro que, indignada com o que presenciava da janela de seu apartamento, no pé de um dos morros, resolveu revelar tudo às autoridades.
Inicialmente desacreditada, dona Vitória - por sinal, alagoana - passaria a registrar as cenas (que envolviam traficantes, viciados e policiais corruptos) com uma filmadora comprada a prazo. O desfecho provocaria a prisão de vários marginais.
Num viés diametralmente oposto, uma outra dona de casa, dona Olímpia, durante bom tempo locupletou-se dos furtos praticados por um ex-empregado. Os anos estão passando e o convencimento pessoal é cada vez maior de que essa criminosa cumplicidade foi determinante para o frio assassinato de dois jovens universitários, meus filhos Lavínea e Roninho.
Hoje, dona Vitória paga um preço: tem endereço e identidade sigilosos. Jurada de morte, vive sob proteção judicial. Já dona Olímpia continuou livre, leve e solta, ninguém a admoestou. Quem sabe, ela está certa... Ela, o PT & Cia. e toda a corja de facínoras desse País de aleijados morais.
Passou o 7 de setembro e o País continuou de pé, apesar das anunciadas ondas de protesto que se prenunciavam arrasadoras. Quem foi às ruas ou quem viu pela TV ficou comovido com o clima de bom-mocismo do MST, que chegou a dar pulinhos de alegria diante das estripulias da esquadrilha da fumaça.
Como de praxe, o presidente Luiz Inácio leu o seu discurso enaltecendo a estabilidade da inflação, o crescimento econômico, a melhoria salarial, a oferta de três milhões de novos empregos. Pela óptica presidencial o País está muito bem.
Certamente estaria melhor não fora a “crise fabricada pelas elites”.
Como se sabe, os banqueiros no Brasil estão com a mão na cabeça, nocauteados por um prejuízo monumental, imposto pela sadia orientação econômica do governo, “voltada para os mais pobres”.
A coisa está tão preta que o pessoal do Bradesco e do Itaú está pensando em mudar de ramo, quem sabe, fazer concurso para médico do PSF.
Para Lula e seus áulicos, o próprio PT continua aquela agremiação acima de qualquer suspeita, salvo por “algumas bobagens” de uns poucos, que andaram fazendo coisas feias que todos fazem. Ninguém deve ser punido por isso. No máximo, um protocolar pedido de desculpas à nação.
Aliás, a cultura da impunidade chegou a um grau de perversão assustador. A esse respeito, relembro ao leitor que há duas ou três semanas a imprensa destacou a coragem de dona Vitória, uma pacata viúva de 80 anos, moradora do Rio de Janeiro que, indignada com o que presenciava da janela de seu apartamento, no pé de um dos morros, resolveu revelar tudo às autoridades.
Inicialmente desacreditada, dona Vitória - por sinal, alagoana - passaria a registrar as cenas (que envolviam traficantes, viciados e policiais corruptos) com uma filmadora comprada a prazo. O desfecho provocaria a prisão de vários marginais.
Num viés diametralmente oposto, uma outra dona de casa, dona Olímpia, durante bom tempo locupletou-se dos furtos praticados por um ex-empregado. Os anos estão passando e o convencimento pessoal é cada vez maior de que essa criminosa cumplicidade foi determinante para o frio assassinato de dois jovens universitários, meus filhos Lavínea e Roninho.
Hoje, dona Vitória paga um preço: tem endereço e identidade sigilosos. Jurada de morte, vive sob proteção judicial. Já dona Olímpia continuou livre, leve e solta, ninguém a admoestou. Quem sabe, ela está certa... Ela, o PT & Cia. e toda a corja de facínoras desse País de aleijados morais.
VIVOS MENTIROSOS, MORTOS ELOQUENTES
Vivos mentirosos, mortos eloquentes
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E PROFESSOR DA UFAL
Não sei se devemos dar razão a Anatole France que, sarcástico, costumava repetir que a humanidade se dividia em duas metades nem sempre bem distintas: a primeira, mentirosa e a segunda, preguiçosa. “Palco das grandes decisões nacionais”, Brasília, se encaixaria como uma luva ao comentário de France, por ser sobretudo a ribalta ideal para enredos surpreendentes e canastrões de todas as ideologias e cores.
Esta semana foi a vez do show de Geraldinho do Acre, ex-jóia moral do senado, pego com a mão na botija dando uma tunga no salário de servidores do seu gabinete. O esquema, que não chega a ser uma novidade entre os políticos, é conhecido nos corredores como “rebate”. Especialistas garantem que essa seria uma prática contumaz (tanto quanto o caixa 2 dos partidos). Geraldinho teria dado azar porque a extorsão foi gravada e publicada.
Desfiliando-se do nascente P-SOL, agremiação que pretende ser a inventora e paladino da ética e da moral na política, a fala do traquino Geraldinho arrancaria pungentes lágrimas dos partidários do nobre representante do generoso povo do estado nortista. Deve ser muito amargo para o P-SOL, tão jovem e já carimbado.
Efetivamente a glória tem se mantido distante do parlamento brasileiro. Eduardo Azeredo, senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB, foi outro que, jurando inocência como seu colega do Acre, subiu à tribuna para renunciar à presidência do seu partido. É que as evidências das ligações incestuosas com Valério (o avalista do PT) & Cia foram muito além das suas veementes juras.
Mas nem só de promessas e juras mentirosas vive o fantástico mundo político. Purificados de todos os pecados, de repente os mortos também ressurgem das suas tumbas; parecem romper o silêncio sepulcral; denunciam e conspiram. Celso Daniel que o diga. Esta semana o comunista Vladimir Herzog voltou a ser exumado, relembrando os horrores da ditadura militar. Jornalista, eleito pela intelectualidade como um dos mártires da resistência, Vlado, como é tratado pelos seus admiradores, foi alvo de comovente reverência.
Inexplicavelmente igual homenagem não teve o operário alagoano Manoel Fiel Filho, morto nas mesmas dependências da repressão na Rua Tutóia, praticamente em circunstâncias semelhantes às do “suicídio” de Vlado. Deve ter sido por esquecimento. Seria o fim da picada admitir que a “inteligência paulista” guardaria preconceitos burgueses e bairristas contra o inculto militante nordestino.
quarta-feira, 8 de maio de 2019
a velhice da crônica
O ENVELHECER DA CRÔNICA
Ilustres intelectuais, permitam-me dizer, alguns
colegas de Academias Literárias e outros que não a buscam por a considerarem um
ranço “de gosto pequeno-burguês”, ali e acolá, repito, há quem propale que a
crônica será um estilo híbrido, não vindo a ser um “puro-sangue” literário.
Seguindo a cartilha, a crônica será “híbrida”, ou seja, uma mistura de
jornalismo com pitadas de literatura. Por esse viés, um tisnará o outro. Desta forma, nem é jornalismo,
muito menos literatura.
Alguém já me disse, não sem acrimônia, que eu
não seria, rigorosamente, um intelectual. Imaginem a minha candura e decepção, pois
até aquele exato instante, considerava-me, pretensiosamente, é claro, um
“intelectual”. Embora, como consolo, desde que colei grau em Medicina, em 1971,
nunca tenha me sido negada a condição de “médico”.
Conquanto aniônicos comentários, por mera teimosia,
continuei a escrever textos para jornais, até o dia em que o próprio jornal,
para o qual enviava, há duas décadas, semanalmente, minhas alinhavadas
crônicas, cassou-me a palavra. Meus textos teriam sido considerados “malditos”
pela mais importante mídia de Alagoas. Fazer o quê? A coluna vertebral anquilosou
e impede-me salamaleques.
Ainda assim, não obstante a
negação frontal do talento de “intelectual de verdade” e de ter minhas palavras
silenciadas pela mídia alagoana, continuei a produzir. Passei a publicar
unicamente pela mídia social, denominada “Facebook”. Ignoro se sou bem ou mal
lido. Acho que a segunda hipótese é a mais provável.
No momento em que me proponho a
colecionar os textos e publicá-los em forma de livros, deparo-me com uma
irrefutável verdade: a crônica adquire tinturas senis. Ainda assim, mais uma
vez, audaciosamente, sigo em frente. O máximo que me ocorre é datá-las. Talvez,
para algum leitor mais curioso dar-se ao trabalho de confrontá-las com o
momento histórico em que foram escritas.
Reúno, nesse livro, “ Vadias
Memórias de Um Suburbano”, além das “amaldiçoadas” crônicas, contos relativos
ao bairro de Bebedouro, sítio recorrente das minhas memórias. Outros haverá sem
precisão específica, posto serem de temas
universais: AMOR, PAIXÃO, AMIZADE, CIÚME, TRAIÇÃO, MORTE E PERDÃO.
Incluo textos que me são muito caros, do meu pai, José Lopes de Mendonça,
do filho, Carlos Eduardo Oliveira de
Mendonça e do neto, Caio Risco Bert de
Mendonça. E até um poema!
Maceió (Alagoas), maio de 2019
Ronald Cabral
de Mendonça
O ENVELHECER DA CRÔNICA
Ilustres intelectuais, permitam-me dizer, alguns
colegas de Academias Literárias e outros que não a buscam por a considerarem um
ranço “de gosto pequeno-burguês”, ali e acolá, repito, há quem propale que a
crônica será um estilo híbrido, não vindo a ser um “puro-sangue” literário.
Seguindo a cartilha, a crônica será “híbrida”, ou seja, uma mistura de
jornalismo com pitadas de literatura. Por esse viés, um tisnará o outro. Desta forma, nem é jornalismo,
muito menos literatura.
Alguém já me disse, não sem acrimônia, que eu
não seria, rigorosamente, um intelectual. Imaginem a minha candura e decepção, pois
até aquele exato instante, considerava-me, pretensiosamente, é claro, um
“intelectual”. Embora, como consolo, desde que colei grau em Medicina, em 1971,
nunca tenha me sido negada a condição de “médico”.
Conquanto aniônicos comentários, por mera teimosia,
continuei a escrever textos para jornais, até o dia em que o próprio jornal,
para o qual enviava, há duas décadas, semanalmente, minhas alinhavadas
crônicas, cassou-me a palavra. Meus textos teriam sido considerados “malditos”
pela mais importante mídia de Alagoas. Fazer o quê? A coluna vertebral anquilosou
e impede-me salamaleques.
Ainda assim, não obstante a
negação frontal do talento de “intelectual de verdade” e de ter minhas palavras
silenciadas pela mídia alagoana, continuei a produzir. Passei a publicar
unicamente pela mídia social, denominada “Facebook”. Ignoro se sou bem ou mal
lido. Acho que a segunda hipótese é a mais provável.
No momento em que me proponho a
colecionar os textos e publicá-los em forma de livros, deparo-me com uma
irrefutável verdade: a crônica adquire tinturas senis. Ainda assim, mais uma
vez, audaciosamente, sigo em frente. O máximo que me ocorre é datá-las. Talvez,
para algum leitor mais curioso dar-se ao trabalho de confrontá-las com o
momento histórico em que foram escritas.
Reúno, nesse livro, “ Vadias
Memórias de Um Suburbano”, além das “amaldiçoadas” crônicas, contos relativos
ao bairro de Bebedouro, sítio recorrente das minhas memórias. Outros haverá sem
precisão específica, posto serem de temas
universais: AMOR, PAIXÃO, AMIZADE, CIÚME, TRAIÇÃO, MORTE E PERDÃO.
Incluo textos que me são muito caros, do meu pai, José Lopes de Mendonça,
do filho, Carlos Eduardo Oliveira de
Mendonça e do neto, Caio Risco Bert de
Mendonça. E até um poema!
Maceió (Alagoas), maio de 2019
Ronald Cabral
de Mendonça
Lambendo a História
LAMBENDO A HISTÓRIA
O Império Romano viu a morte de Júlio César e a história registrou a frase famosa “Até tu Brutus?”
A Revolução Francesa derrubou a monarquia e promoveu um banho de sangue, da guilhotina não escapando nem os seus.
As facas anarquistas promoveram outros derramamentos na Europa, ao final do século XIX, início do séc. XX, culminando com um ataque covarde ao herdeiro da coroa austro-húngara, fato que faria eclodir a I GUERRA MUNDIAL.
Não foi menor a carnificina promovida na Rússia para assegurar a Revolução bolchevista de 1917, quando foram assassinados os Ramonov, a família real russa.
Gandhi morreu assassinado em 1948, depois de promover a libertação pacífica da Índia. Da mesma forma tombaram, em 1984, Indira Gandhi e seu filho Rajiv Gandhi, em 1991. Vários presidentes americanos sofreram atentados, desde Lincoln até Reagan, passando pela morte de JFKennedy, vista pelo mundo inteiro.
As redes de televisão mostraram a um mundo perplexo, ao vivo e em cores, os atentados promovidos por extremistas, que provocaram a morte dos líderes Sadat do Egito em 1981 e Yitzachack Rabin de Israel em 1995.
Impossível ficar de fora dessa relação o Führer alemão Adolf Hitler cuja política racista promoveu a morte de milhões de pessoas e , que, segundo relatos históricos, teria se suicidado.
O líder maior dos católicos, o Papa João Paulo II (o homem que derrubou o comunismo na Europa), foi gravemente ferido durante cerimônia pública no Vaticano, por um extremista muçulmano(?)
Entre os anos sessenta e setenta, do passado século, vários países do continente sul-americano, sob inequívoca suspeita do avanço comunista, sofreram golpes militares, sendo particularmente violenta a derrubada do presidente chileno, o médico Salvador Allende, que terá sido democraticamente eleito. O regime de governo chileno que sucedeu a Allende, notabilizou-se pela extrema dureza com que tratava seus adversários, não sendo isso uma novidade quando se trata de ditadura de qualquer matiz. Não se pode negar, contudo, a estupenda melhoria nas condições de vida dos chilenos, sob Pinochet.
O golpe militar brasileiro de 1964, apesar da não resistência do presidente João Goulart (ao contrário, cobardemente evadiu-se deixando UM VAZIO NA PRESIDÊNCIA) promoveu o enlutamento de centenas de famílias brasileiras, com assassinatos, torturas e desterros de reais ou supostos “inimigos da revolução”. Com efeito, a luta armada promoveria um banho de sangue com perdas de ambos os lados. Imaginavam os comunas brasileiros (em mais um terrível equívoco, lembrai-vos de 1935!), que Sierra Mestra SERIA UMA BOA ESCOLA e poderia repetir-se no Brasil. Foi assim, de forma irresponsável, que gatos pingados de aventureiros da classe média brasileira resolveram “brincar” de cheguevarismo e encarar as Forças Armadas. (Em Maceió, um idiota ginasiano ("para chocar, mas borrando-se de medo) sentava-se ao Bar do Chopp e fingia ler O Capital, de Marx).
Aqueles poderiam sequestrar, roubar bancos, matar, ferir, aterrorizar... Mas, na hora de prestar contas dos seus atos transmudavam-se em pombinhas “sem fel” , que só queriam mesmo “banir a ditadura militar e lutar pelo retorno aos princípios democráticos”..
Mas eis que o comuno-anarquismo, que hibernava nos escaninhos de bares temáticos, volta nessa eleição com uma força destruidora inimaginável. É o decantado eclodir da casca do “ovo da serpente”. Há, com efeito, uma sequência de fatos que se entrelaçam. Na mesma semana em que o meliante Lula Inácio é descartado como candidato à sucessão, um pavoroso incêndio destrói 200 anos de História, guardados (negligentemente!) no Museu Nacional.
O sinistro, previamente anunciado, pareceu à primeira vista, de uma irônica coincidência. Inopinado e brutal, dias depois, o terror anarquista-antimaçon-comunista desvela-se na hedionda figura de Adélio, o homem de riso alvar, que esfaqueou Bolsonaro com a típica frieza dos psicopatas, a soldo dos derrotados lulo-petistas-anarquistas, que querem tumultuar as eleições. Não só isso, ganhar de qualquer forma.
Repito o que ouvi numa entrevista de TV entre dois comunas: “a Direita sempre foi agressiva, mas agora ela está demais””. Ah, comunistinhas cínicos!
O Império Romano viu a morte de Júlio César e a história registrou a frase famosa “Até tu Brutus?”
A Revolução Francesa derrubou a monarquia e promoveu um banho de sangue, da guilhotina não escapando nem os seus.
As facas anarquistas promoveram outros derramamentos na Europa, ao final do século XIX, início do séc. XX, culminando com um ataque covarde ao herdeiro da coroa austro-húngara, fato que faria eclodir a I GUERRA MUNDIAL.
Não foi menor a carnificina promovida na Rússia para assegurar a Revolução bolchevista de 1917, quando foram assassinados os Ramonov, a família real russa.
Gandhi morreu assassinado em 1948, depois de promover a libertação pacífica da Índia. Da mesma forma tombaram, em 1984, Indira Gandhi e seu filho Rajiv Gandhi, em 1991. Vários presidentes americanos sofreram atentados, desde Lincoln até Reagan, passando pela morte de JFKennedy, vista pelo mundo inteiro.
As redes de televisão mostraram a um mundo perplexo, ao vivo e em cores, os atentados promovidos por extremistas, que provocaram a morte dos líderes Sadat do Egito em 1981 e Yitzachack Rabin de Israel em 1995.
Impossível ficar de fora dessa relação o Führer alemão Adolf Hitler cuja política racista promoveu a morte de milhões de pessoas e , que, segundo relatos históricos, teria se suicidado.
O líder maior dos católicos, o Papa João Paulo II (o homem que derrubou o comunismo na Europa), foi gravemente ferido durante cerimônia pública no Vaticano, por um extremista muçulmano(?)
Entre os anos sessenta e setenta, do passado século, vários países do continente sul-americano, sob inequívoca suspeita do avanço comunista, sofreram golpes militares, sendo particularmente violenta a derrubada do presidente chileno, o médico Salvador Allende, que terá sido democraticamente eleito. O regime de governo chileno que sucedeu a Allende, notabilizou-se pela extrema dureza com que tratava seus adversários, não sendo isso uma novidade quando se trata de ditadura de qualquer matiz. Não se pode negar, contudo, a estupenda melhoria nas condições de vida dos chilenos, sob Pinochet.
O golpe militar brasileiro de 1964, apesar da não resistência do presidente João Goulart (ao contrário, cobardemente evadiu-se deixando UM VAZIO NA PRESIDÊNCIA) promoveu o enlutamento de centenas de famílias brasileiras, com assassinatos, torturas e desterros de reais ou supostos “inimigos da revolução”. Com efeito, a luta armada promoveria um banho de sangue com perdas de ambos os lados. Imaginavam os comunas brasileiros (em mais um terrível equívoco, lembrai-vos de 1935!), que Sierra Mestra SERIA UMA BOA ESCOLA e poderia repetir-se no Brasil. Foi assim, de forma irresponsável, que gatos pingados de aventureiros da classe média brasileira resolveram “brincar” de cheguevarismo e encarar as Forças Armadas. (Em Maceió, um idiota ginasiano ("para chocar, mas borrando-se de medo) sentava-se ao Bar do Chopp e fingia ler O Capital, de Marx).
Aqueles poderiam sequestrar, roubar bancos, matar, ferir, aterrorizar... Mas, na hora de prestar contas dos seus atos transmudavam-se em pombinhas “sem fel” , que só queriam mesmo “banir a ditadura militar e lutar pelo retorno aos princípios democráticos”..
Mas eis que o comuno-anarquismo, que hibernava nos escaninhos de bares temáticos, volta nessa eleição com uma força destruidora inimaginável. É o decantado eclodir da casca do “ovo da serpente”. Há, com efeito, uma sequência de fatos que se entrelaçam. Na mesma semana em que o meliante Lula Inácio é descartado como candidato à sucessão, um pavoroso incêndio destrói 200 anos de História, guardados (negligentemente!) no Museu Nacional.
O sinistro, previamente anunciado, pareceu à primeira vista, de uma irônica coincidência. Inopinado e brutal, dias depois, o terror anarquista-antimaçon-comunista desvela-se na hedionda figura de Adélio, o homem de riso alvar, que esfaqueou Bolsonaro com a típica frieza dos psicopatas, a soldo dos derrotados lulo-petistas-anarquistas, que querem tumultuar as eleições. Não só isso, ganhar de qualquer forma.
Repito o que ouvi numa entrevista de TV entre dois comunas: “a Direita sempre foi agressiva, mas agora ela está demais””. Ah, comunistinhas cínicos!
O VOTO EM HADDAD vésperas de eleição de Carlos Eduardo Mendonça
O Voto e Haddad
Texto de Carlos Eduardo de Mendonça
(Cidade do Porto, 26/10/2018)
Aproveitando que vocês estão no ano de 2002, eu vos digo... venho de 2018, o Pt governou por 4 mandatos, o país tem 14 milhões de desempregados, índice de criminalidade altíssimo, 60.000 mortes violentas ano, empresas fechando a cada hora, gasolina e gás com preços exorbitantes, crises institucionais sérias...
Além disso, o partido dos trabalhadores tem toda a sua cúpula presa, lula, este rapaz que agora em 2002 vcs estão prestes a eleger está PRESO (acreditem se quiser).
Depois de vários escândalos - mensalão, petrolão, correios, morte de Celso Daniel, superfaturamentos descomunais em obras da Copa e das Olimpíadas - sim, fizemos estes dois eventos. A FIFA e o COB tiveram seus dirigentes processados após ambos os eventos, várias falcatruas, desde a compra de votos para a candidatura do Brasil, passando por vendas ilícitas de bilhetes para os jogos. O Pt Ainda elegeu uma tal Dilma, que hoje vocês sequer conhecem. Ela foi um desastre total. Sofreu impeachment no começo do segundo mandato. Deu vaga a seu eterno vice, Temer, aliado-cúmplice de vários anos do PT, embora o renegue com veemência..
Pois é, depois da eleição de 2014, também ficará claro que o Psdb não passa nem perto de ser solução. Os eleitores chamados de "coxinhas", numa prova de coerência, mesmo sem precisar o Psdb reassumir a presidência, percebem-seque o partido é mais do mesmo, não vale à pena nem tentar.
Nesse cenário, surgirá um candidato de direita que representa, de fato, o antagonismo a tudo que o Pt diz E FAZ. Óbvio que esse candidato será bastante questionado, posto que diz coisas pouco ortodoxas, sobretudo para nós de 2018, que nos tornamos mais sensíveis às verdades faladas, embora uma parcela de nós seja bastante complacente com a corrupção.
Lá em 2018, a Globo, a Veja, a Folha de SP e todos os veículos de mídia importantes, estarão do lado do Pt. Em contrapartida, você que não foi violado pelos anos de doutrinação midiáticos e nas UFs, estará do lado que parece ser o certo. Falo parece, porque estou em 2018, e não vou ser tolo de tentar adivinhar o futuro. Falo com autoridade porque consegui voltar a 2002, mas não fui até 2023, por exemplo.
Sei que é difícil você entender isso agora, em 2002, com um lula repaginado e com discurso suave, mas em 2018, no segundo turno, não tenho dúvidas que você entenderá.
Texto de Carlos Eduardo de Mendonça
(Cidade do Porto, 26/10/2018)
Aproveitando que vocês estão no ano de 2002, eu vos digo... venho de 2018, o Pt governou por 4 mandatos, o país tem 14 milhões de desempregados, índice de criminalidade altíssimo, 60.000 mortes violentas ano, empresas fechando a cada hora, gasolina e gás com preços exorbitantes, crises institucionais sérias...
Além disso, o partido dos trabalhadores tem toda a sua cúpula presa, lula, este rapaz que agora em 2002 vcs estão prestes a eleger está PRESO (acreditem se quiser).
Depois de vários escândalos - mensalão, petrolão, correios, morte de Celso Daniel, superfaturamentos descomunais em obras da Copa e das Olimpíadas - sim, fizemos estes dois eventos. A FIFA e o COB tiveram seus dirigentes processados após ambos os eventos, várias falcatruas, desde a compra de votos para a candidatura do Brasil, passando por vendas ilícitas de bilhetes para os jogos. O Pt Ainda elegeu uma tal Dilma, que hoje vocês sequer conhecem. Ela foi um desastre total. Sofreu impeachment no começo do segundo mandato. Deu vaga a seu eterno vice, Temer, aliado-cúmplice de vários anos do PT, embora o renegue com veemência..
Pois é, depois da eleição de 2014, também ficará claro que o Psdb não passa nem perto de ser solução. Os eleitores chamados de "coxinhas", numa prova de coerência, mesmo sem precisar o Psdb reassumir a presidência, percebem-seque o partido é mais do mesmo, não vale à pena nem tentar.
Nesse cenário, surgirá um candidato de direita que representa, de fato, o antagonismo a tudo que o Pt diz E FAZ. Óbvio que esse candidato será bastante questionado, posto que diz coisas pouco ortodoxas, sobretudo para nós de 2018, que nos tornamos mais sensíveis às verdades faladas, embora uma parcela de nós seja bastante complacente com a corrupção.
Lá em 2018, a Globo, a Veja, a Folha de SP e todos os veículos de mídia importantes, estarão do lado do Pt. Em contrapartida, você que não foi violado pelos anos de doutrinação midiáticos e nas UFs, estará do lado que parece ser o certo. Falo parece, porque estou em 2018, e não vou ser tolo de tentar adivinhar o futuro. Falo com autoridade porque consegui voltar a 2002, mas não fui até 2023, por exemplo.
Sei que é difícil você entender isso agora, em 2002, com um lula repaginado e com discurso suave, mas em 2018, no segundo turno, não tenho dúvidas que você entenderá.
UM TEXTO DE CARLOS EDUARDO MENDONÇA
O VOTO EM HADDAD
Carlos Eduardo Mendonça
21 h ·(Cidade do Porto - 24/10/2018)
Pensando friamente, não há quem vote no Haddad que não seja diretamente por interesse pessoal. Seja porque pertence a determinada classe cujo sindicato é pelegado ao Pt, seja por benefício de determinado programa, seja para não perder determinado cargo, seja para defender o SEU ATIVISMO (o que é diferente de defender a sua causa), ou mesmo seja você um idiota útil (aquele imbecíl que quer impor a SUA ideologia, como se sua ideia se sobrepusesse aos fatos).
Nenhum de vocês tem a mínima preocupação com o Brasil.
Vocês falam em "Haddad" como se esse cara, primeiro não tivesse processo nenhum decorrente da malversação do dinheiro público. Falam desse cara como se ele pudesse ser dissociado do Pt. Falam como se um professor cool, tocador de violão, fosse governar o país com as próprias convicções - QUE POR SI, JÁ SÃO UMA BOSTA - e não pelo projeto de poder petista que está aí, espalhado, contaminado até sabe-se lá quando.
Fingem se preocupar com WhatsApp como se MENSALÃO, PETROLÃO, BNDS, CORREIOS, CELSO DANIEL............ e um milhão de outros casos, fossem obra de tiozão do zap.
Nesses 14 anos de Pt, NUNCA SE MORREU TANTO... seja você gay, índio, negro, branco, pobre ou rico, lamente! Nos anos de Pt, você morreu como nunca, mas você escrotamente está preocupado com 👉🏻👉🏻👉🏻.
Em verdade, vocês estão DESESPERADOS com a perda da hegemonia de esquerda que CONTAMINOU todas as instituições, com o fim manter o poder e retroalimentar o partidão e seus tentáculos, que vão desde os mais altos escalões da república às indicações mais longínquas de cargos comissionados, passando pela cúpula das UFs.
Portanto, amigo petista, seu discurso não passa de retórica desgastada, vagabunda, que dá vazão a um delírio de que sua casta (seja qual for ela), continuará a parecer ser beneficiada.
Carlos Eduardo Mendonça
21 h ·(Cidade do Porto - 24/10/2018)
Pensando friamente, não há quem vote no Haddad que não seja diretamente por interesse pessoal. Seja porque pertence a determinada classe cujo sindicato é pelegado ao Pt, seja por benefício de determinado programa, seja para não perder determinado cargo, seja para defender o SEU ATIVISMO (o que é diferente de defender a sua causa), ou mesmo seja você um idiota útil (aquele imbecíl que quer impor a SUA ideologia, como se sua ideia se sobrepusesse aos fatos).
Nenhum de vocês tem a mínima preocupação com o Brasil.
Vocês falam em "Haddad" como se esse cara, primeiro não tivesse processo nenhum decorrente da malversação do dinheiro público. Falam desse cara como se ele pudesse ser dissociado do Pt. Falam como se um professor cool, tocador de violão, fosse governar o país com as próprias convicções - QUE POR SI, JÁ SÃO UMA BOSTA - e não pelo projeto de poder petista que está aí, espalhado, contaminado até sabe-se lá quando.
Fingem se preocupar com WhatsApp como se MENSALÃO, PETROLÃO, BNDS, CORREIOS, CELSO DANIEL............ e um milhão de outros casos, fossem obra de tiozão do zap.
Nesses 14 anos de Pt, NUNCA SE MORREU TANTO... seja você gay, índio, negro, branco, pobre ou rico, lamente! Nos anos de Pt, você morreu como nunca, mas você escrotamente está preocupado com 👉🏻👉🏻👉🏻.
Em verdade, vocês estão DESESPERADOS com a perda da hegemonia de esquerda que CONTAMINOU todas as instituições, com o fim manter o poder e retroalimentar o partidão e seus tentáculos, que vão desde os mais altos escalões da república às indicações mais longínquas de cargos comissionados, passando pela cúpula das UFs.
Portanto, amigo petista, seu discurso não passa de retórica desgastada, vagabunda, que dá vazão a um delírio de que sua casta (seja qual for ela), continuará a parecer ser beneficiada.
UM TEXTO DE CAIO RISCO DE MENDONÇA
FALANDO DO PORTO
CAIO RISCO DE MENDONÇA
Dia 28/10/2018, um grande dia para a história do Brasil. Não, não é apenas o dia em que Jair Messias Bolsonaro é eleito presidente do Brasil, é muito mais do que isso. É o dia em que é derrubada a “autocracia” Petista, o dia de passagem para a história do Brasil. É um dia em que acaba a farra com o dinheiro público. Em dezessetes anos de idade, presenciei cinco eleições, apesar disso, nunca vivi num governo que não fosse Petista.
O PT roubou 1,5 Bilhões de reais dos cofres públicos, um número que em qualquer país europeu e Estados Unidos da América seriam mais que suficientes para derrubar qualquer partido. Mas, creio que foi muito mais do que isso que os 16 anos de "Socialismo" nos deixaram, para além deste rombo miserável, nos deixaram com 13 Milhões de desempregados para além das marcas do marxismo-leninismo cultural impregnadas na nossa sociedade.
Nossas universidades viraram verdadeiros campos de recrutamento de militantes, sob o mandamento de Lenin de “corrupção e doutrinação da Juventude”, houve uma derrocada dos nossos valores morais (mais um mandamento do revolucionário), podemos ver isso quando muitas pessoas colocaram a roubalheira dos Petistas debaixo dos panos e acusaram o Jair Bolsonaro de “machista”, “racista”, “nazista” dentre outras acusações falsas.
Uma nova luta começa a partir de agora, não só para a nossa recuperação económica, mas para a nossa recuperação cultural e moral. Nossa bandeira JAMAIS será vermelha, que possamos voltar a ser conhecidos como País do futebol (e de muitas outras coisas). Nunca mais como o País dos ladrões. Um forte abraço
CAIO RISCO DE MENDONÇA
Dia 28/10/2018, um grande dia para a história do Brasil. Não, não é apenas o dia em que Jair Messias Bolsonaro é eleito presidente do Brasil, é muito mais do que isso. É o dia em que é derrubada a “autocracia” Petista, o dia de passagem para a história do Brasil. É um dia em que acaba a farra com o dinheiro público. Em dezessetes anos de idade, presenciei cinco eleições, apesar disso, nunca vivi num governo que não fosse Petista.
O PT roubou 1,5 Bilhões de reais dos cofres públicos, um número que em qualquer país europeu e Estados Unidos da América seriam mais que suficientes para derrubar qualquer partido. Mas, creio que foi muito mais do que isso que os 16 anos de "Socialismo" nos deixaram, para além deste rombo miserável, nos deixaram com 13 Milhões de desempregados para além das marcas do marxismo-leninismo cultural impregnadas na nossa sociedade.
Nossas universidades viraram verdadeiros campos de recrutamento de militantes, sob o mandamento de Lenin de “corrupção e doutrinação da Juventude”, houve uma derrocada dos nossos valores morais (mais um mandamento do revolucionário), podemos ver isso quando muitas pessoas colocaram a roubalheira dos Petistas debaixo dos panos e acusaram o Jair Bolsonaro de “machista”, “racista”, “nazista” dentre outras acusações falsas.
Uma nova luta começa a partir de agora, não só para a nossa recuperação económica, mas para a nossa recuperação cultural e moral. Nossa bandeira JAMAIS será vermelha, que possamos voltar a ser conhecidos como País do futebol (e de muitas outras coisas). Nunca mais como o País dos ladrões. Um forte abraço
O Grito do Bolsonaro
O GRITO DO BOLSONARO
De fato, há um ambiente propício, facilitador no que tange ao encontro de duas pessoas do mesmo sexo. Tendo como pano de fundo tênue que quer separar o certo e o imoral. Há um clima nesse sentido, parece que Apolo Cavalo perdeu as rédeas da censura e que seu pai Zeus decidiu ocupar-se de coisas mais importantes. O fato é que o Carnaval terminou de acabar. E o país passa por hábitos tão estranhos que certamente não são as coisas mais apresentáveis para a população. Sim o país é de velhos (e daí)?, mas ainda temos muitos crianças. E Creiam, inocentes! Que logo deixarão de ser inocentes.
Quantos aos septuagenários, classe etária a qual pertenço, pessoalmente, pouco coisa me choca, mas eu penso nos circunstantes e me reporto ao que o advogado José Alexandrino me disse:"não há balança para medir uma ofensa moral, assim como não há fita métrica para saber a extensão da ofensa.
Vivemos o tempo da mais alta exposição. Ninguém faz nada sem testemunhas, Até o cara malandro que maliciosamente quer te filmar, na tua própria casa, de forma marota, consciente de que está cometendo um crime de invasão de tua vida íntima, praticando o que se denomina conspurcação, está sendo marcado num vídeo de outrem. Essa coisa assume contornos jurídicos quando se sabe que o cara que te gravou é um dos teus advogados, e que não foi autorizado para tal.
Convido o leitor a opinar. Vale tudo, no Carnaval TUDO OU QUASE TUDO? Qual é o teu freio enquanto tu brincas Carnaval. Mènage a trois, a velha suruba, regado a bagulho, escatologia, saco plástico, o pó, o ácido? Terás um dia seguinte?
E o Bolsonaro, que não é bispo, é somente o primeiro mandatário do país, DEVE SILENCIAR?
De fato, há um ambiente propício, facilitador no que tange ao encontro de duas pessoas do mesmo sexo. Tendo como pano de fundo tênue que quer separar o certo e o imoral. Há um clima nesse sentido, parece que Apolo Cavalo perdeu as rédeas da censura e que seu pai Zeus decidiu ocupar-se de coisas mais importantes. O fato é que o Carnaval terminou de acabar. E o país passa por hábitos tão estranhos que certamente não são as coisas mais apresentáveis para a população. Sim o país é de velhos (e daí)?, mas ainda temos muitos crianças. E Creiam, inocentes! Que logo deixarão de ser inocentes.
Quantos aos septuagenários, classe etária a qual pertenço, pessoalmente, pouco coisa me choca, mas eu penso nos circunstantes e me reporto ao que o advogado José Alexandrino me disse:"não há balança para medir uma ofensa moral, assim como não há fita métrica para saber a extensão da ofensa.
Vivemos o tempo da mais alta exposição. Ninguém faz nada sem testemunhas, Até o cara malandro que maliciosamente quer te filmar, na tua própria casa, de forma marota, consciente de que está cometendo um crime de invasão de tua vida íntima, praticando o que se denomina conspurcação, está sendo marcado num vídeo de outrem. Essa coisa assume contornos jurídicos quando se sabe que o cara que te gravou é um dos teus advogados, e que não foi autorizado para tal.
Convido o leitor a opinar. Vale tudo, no Carnaval TUDO OU QUASE TUDO? Qual é o teu freio enquanto tu brincas Carnaval. Mènage a trois, a velha suruba, regado a bagulho, escatologia, saco plástico, o pó, o ácido? Terás um dia seguinte?
E o Bolsonaro, que não é bispo, é somente o primeiro mandatário do país, DEVE SILENCIAR?
UM CONTO DE FÉRIAS
UM CONTO DE FÉRIAS
RONALD MENDONÇAA carona de um colega de faculdade fez André antecipar em algumas horas seu retorno, a contrariar a ideia inicial de voltar de avião. O velho casarão estava quase às escuras, o silêncio apenas rompido pelo som da televisão, cuja luminosidade o atraiu até o quarto do seu pai, que cochilava numa preguiçosa. Aproximou-se com cuidado e alisou sua cabeleira branca e farta fazendo-o despertar meio assustado. O abraço comovido selou aquele reencontro, depois de quase um ano em que não se viam. O velho pai estava saudoso do filho único. Mal começaram a conversar e a voz da mãe se fez ouvir, determinando ao motorista onde deveria guardar as compras.
Foi uma surpresa muito agradável. Ao enxergar o filho, Guiomar largou tudo no chão e acorreu, lágrimas a escorrer, a abraçar, alisar, palpar e mil beijos foram dados no rosto, nos olhos e na cabeça do recém-chegado, enquanto dizia baixinho: meu filhinho está cansadinho, quer comida? Fêz boa-viagem?... e dezenas de outras preocupações e pequenos elogios que somente mães conseguem dosar a tonalidade exata.. Espontânea, bonita, elegante, mais magra, a mãe pareceu-lhe muito jovem, sobretudo quando comparada ao pai que, a seus olhos, muito envelhecera. A postura materna contrastava com o despojamento do velho pai que, além de tudo, tinha um ar melancólico.
Achou legal rever o amigo de infância, Zé Luiz, hoje motorista da família. Filho da falecida lavadeira da casa, praticamente cresceram juntos. André, três anos mais moço, filho único, nutria fraterna afeição e lamentava sinceramente o fato de o amigo haver desprezado as oportunidades em relação aos estudos. Chegaram a frequentar o mesmo colégio particular, mas Zé Luiz gostava mesmo era de jogar bola e pegar passarinho na pequena mata próxima à casa.
Logo cedo do dia seguinte, André acordou com disposição de dar uma volta no sítio. Queria rever tudo. Eram saudades imensas. Tudo o emocionava. Os exatos cem coqueiros que cinco anos antes o pai havia plantado, ali estavam. Os patos, as galinhas, os porcos... Até festa fizeram ao vê-lo. O cheiro da marisia da lagoa penetrava nas suas narinas e o inebriavam de satisfação. Enquanto se detinha em cada pezinho de mato, lembrou-se do pai. Que estaria acontecendo para ele andar tão triste? Iria tentar descobrir...
A lâmpada da suspeita acendeu ao voltar do sítio. Presenciou, de longe, sem ser notado, o amigo Zé Luiz dirigir-se a sua mãe sem o respeito esperado. Parecia que o motorista falava com ousada insolência. Que diabo estava acontecendo? As pessoas daquela casa enlouqueceram? Para completar, o cara entrou no carro e acelerou arrastando os pneus.
André não ficou feliz com o que viu. Preocupado, voltou aos aposentos dos pais para sondar. Remexendo aqui e acolá, encontrou numa gaveta, surpreso, o velho punhal enferrujado de cabo de madre pérola que pertencera ao avô. Supunha-o perdido. Instintivamente o escondeu dentro da camisa e o guardou no seu quarto, sob a fronha..
O ambiente da casa não era o mesmo. Sim, com a sua chegada, a inteligência, a sagacidade, o raciocínio rápido de Anízio, o pai, aparentemente voltavam ao seu estado de normalidade. Trabalhava menos, construíra um verdadeiro império do Direito e comandava, com mãos firmes, um poderoso escritório com capilaridade que captava os casos complicados de bancas menores. Era um timoneiro experiente, culto, dava aulas na Universidade, era convidado para fazer palestras, conferências em vários pontos do continente. Grandes bancas jurídicas o consultavam, sub-rosa, e ele cobrava caro pela consultoria. Tinha uma belíssima biblioteca, tudo catalogado por profissionais da área. Era um advogado brilhante e muito influente. Sabia a hora de atuar. Como todo advogado, tinha clientes de todos os matizes morais. Mas, nos últimos anos, dava-se ao desfrute de recusar até causas milionárias. Não se permitia defender assassinos de aluguel, gente do sindicato do crime, pedófilos e outros patifes. Ladrões que saqueavam os cofres públicos não encontravam guarida no Dr. Anízio. Sistematicamente declinou de convites para ocupar cargos públicos. Tinha náuseas de “procuradores-gerais”, os chamava de “capachos”, sobretudo aqueles dos órgãos políticos. As exceções, ele sabia distinguir.
Acumulara uma boa reserva financeira decorrente de causas vitoriosas de funcionários públicos sufocados por planos cafajestes. Poder-se-ia dizer que Dr. Anízio conhecia as vísceras mais infectadas da Sociedade. Estava naquela patamar da vida onde não se confia nos homens e desacreditava-se dos milagre.
Por outro lado, os empregados mais antigos davam a impressão de estarem a evitá-lo. Decidido a tirar tudo a limpo, passaria a desconfiar de todos. Na adolescência adorava contos policiais e era leitor recorrente de X-9 e Sherlock Holmes. Sim, era verdade: às vezes sentia-se perseguido, observado... Dizia que convivia bem com a sua paranoia. Procurava livrar-se desses excessos, mas agora as impressões eram mais fortes que ele. Imaginou até seus pais sendo chantageados pelo motorista, por algum motivo que precisava descobrir. Para aumentar o clima de suspense, o velho punhal de madre pérola sumira de sua cama.Não se consentia pensar em qualquer atitude que denegrisse a imagem da mãe. Era uma santa. Além da sólida formação moral, era de uma religiosidade a toda prova. Faziam refeições nos horários habituais. Era interrogado pelos pais sobre sua vida distante do lar. Eles testavam a resiliência do filho, a capacidade de resolver coisas de forma independente, sem as peias e o abrigo dos genitores. O pai interessava-se particularmente sobre os conhecimentos adquiridos depois do ingresso na faculdade. Eram conversas amenas, mas pressentia-se que algo não ia bem no relacionamento dos pais.
A despeito de, rigorosamente, nada ter visto de concreto, a última semana das férias foi de expectativas e de puro sofrimento. O pai registrou essa ansiedade. Estaria apaixonado? Ou continuava com a política de não envolvimento mais profundo?
André planejou uma estratégia. Faltando apenas um dia para voltar para a faculdade, fanático pelo CSA, no domingo, aludiu que iria ao Trapichão, assistir ao jogo final do campeonato. Na última hora, conseguiu o carro de um colega e fingiu dirigir-se ao estádio. Ficou à espreita, perto de casa. Intuía que alguma coisa importante iria acontecer.
Às cinco da tarde, cautelosamente, acompanhou o automóvel da família que ganhara a rua, Zé Luiz no volante. Foi com extremo alívio que, de longe, avistou a mãe descer na porta da Igreja. André não arredaria de onde estava. Quinze minutos se passaram até ver o carro do pai novamente em movimento. Com o coração aos pulos, segui-o em direção à periferia da cidade.
Não havia certeza de que a mãe entrara naquele carro. Indeciso, esperou intermináveis minutos próximo à entrada de um sórdido rendez-vous, onde o automóvel com a mãe escafedera-se. Deus! o que era isso...? Pensou em desistir. Decididamente, não tinha condições emocionais de presenciar o que estava a antever. O que imaginava estava muito além do que poderia suportar.
Como se assistisse a um velho filme congelado na mente, cenas de sua vida foram exibidas numa tela imaginária. Era como se o velho Clóvis, centroavante do CSA e funcionário do SESI, as comandasse. Estaria alucinando? Chegou a voltar a cabeça para, na escuridão do seu cérebro conturbado, tentar enxergar o velho atleta, ídolo da infância. Cenas indeléveis da sua casa na Chã de Bebedouro, na Osvaldo Cruz Nº 500. O pai, jovem advogado impetuoso, antevia uma grande causa que o livrasse da mediocridade e das dificuldades financeiras. No início, suas atividades resumiam-se a pequenas causas, brigas de vizinhos, entreveros de parentes, quase biscates. De certa forma assimilara a arrogância de certos advogados, famosos pela perspicácia, mas sobretudo pelos vultosos honorários. Reatou amizades com notários, antigos colegas de colégio que o recomendavam. Sempre foi sério, estudioso, avesso a farras. Mal e porcamente frequentava o Bar Colombo, aos sábados, apenas para marcar presença, mas lá não se demorava.
Formara-se em Olinda em difíceis tempos. Esteva com um pé na Segunda Guerra quando ela acabou. Para concluir o curso de Direito humilhara-se em sub-empregos. De certa forma, o pequeno soldo do Exército reanimara-lhe os brios. Iria vencer, sim. Sua “grande causa” chegaria aos quarenta anos. Outas causas foram se sucedendo. Não queria tanto. Tinha apenas um filho, o André.
Educou-o com moderada disciplina, seguindo os costumes da época. Nunca admitiu que o filho único chegasse em casa com nota que não beirasse o dez. Erguia as temidas sobrancelhas e dizia: ”eu não avisei que você estava inseguro naquelas datas? A sua nota baixa (9,7) deve ter sido por isso”. E completava: “vamos fazer um serão e repassar essas lições”. Aos sábados à tarde André faxinava os sapatos próprios e os dos pais. Deixava-os de molho e no domingo engraxava e dava o polimento. Como prêmio, recebia autorização para assistir filme, com direito a verba extra para adquirir alguns gibis em barganhas na porta do estabelecimento.
O imaginário filme da sua vida não poupou as pequenas alegrias domésticas, as comemorações dos aniversários, o de Anísio, o pai, coincidia com a véspera de São João e o de Guiomar, a antevéspera do Natal. Havia sempre uma buchada, no São João, e um peru, no Natal. Naquela casa, comemorava-se o Natal no dia 23 de dezembro. Foi nessas brincadeiras que André, ainda adolescente, arriscava-se na sangria do vinho. Para horror de Guiomar, Anísio fazia vistas grossas à traquinagem do unigênito filho. Passados os festejos a ordem voltava a imperar na casa de André. O pai, ao silêncio das noites tentava justificar: “mulher, nós temos um menino exemplar, que nos dá imensas alegrias. Nesse ano foram seis medalhas de ouro, no Colégio; bem, teve uma de prata, é verdade...”
O “filme” revia cenas que André já não mais lembrava: as mornas tardes, na pequena varanda, com a cara enfiada nos livros e também a observar a mãe, catita, cuidando das roseiras, maldizendo as temíveis saúvas. De vez em quandoO “filme” revia cenas que André já não mais lembrava: as mornas tardes, na pequena varanda, com a cara enfiada nos livros e também a observar a mãe catita cuidando das roseiras, maldizendo as temíveis saúvas. De vez em quando, o olhar materno em sua direção a lembra-lo que iria tomar as lições. Mas era à noite a prova final, quando Dr. Anízio, ar carrancudo, iria dar o veredictum sobre a qualidade do aprendizado do garoto. Não admitia gaguejos ou vacilações.
Quase por um acidente de percurso, André chegou a passar um mês num seminário. Numa das cenas, ouviu-se dizer, entre risos, que Deus (na sua infinita misericórdia!) lhe aparecera em sonho a perguntar-lhe o que ele estaria fazendo naquele local, a ocupar lugar de outros, certamente, mais vocacionados ao celibato e às adorações.
Dona Guiomar, a mãe, que não fizera festas quando o filho comunicara suas pias intenções, também tivera seus maus bocados. Passara a infância e adolescência entre freiras. Menina pobre do interior, perdera o pai aos quatro anos. Daí em diante seus pais foram as irmãs claretianas. Esteve à beira de confirmar os votos, até que, numa missa dominical, avistou aquele seria seu príncipe encantado, alto, vasta cabeleira, rosto bem conformado, enfeitado com charmosos bigodes, não obstante quase imberbe. Durante a celebração, foi fulminada pelos olhos negros do futuro e promissor causídico. Um discreto e acanhado sorriso era a confirmação do flerte.
Assim, nasceria uma linda história de amor entre a tímida órfã e o destemido recruta do Exército brasileiro e estudante da tradicional Faculdade de Direito de Olinda. Romântica, a bela Guiomar predestinou o futuro marido ao encalço do Hitler, como o lendário sãomiguelense Zé da Júlia, nas distantes montanhas do conflagrado Velho Mundo.
André reviu seus desencantamentos por ser filho único. Aparecia a cobrar da mãe essa condição, para ele, de inferioridade, posto que seus amigos de colégio surgiam na fita a falar dos irmãos, narrando incidentes, convivências, brigas e outros que tais das grandes famílias Somente ele e mais um ou dois colegas não tinham irmãos. Nessa fita retrospectiva, a mãe aparecia a dizer-lhe, melancolicamente, furtivas lágrimas a perolar a face, que durante o parto de André tivera um forte sangramento. Estivera às portas da morte, fora operada na “bacia das almas”, contudo a sobrevivência teve um preço: a “condenação” a não ter outros filhos. Talvez por isso, a necessidade em André de superar essa espécie de “peça” preparada pelo destino. Um misto de decepção e até de culpa por ter sido, involuntariamente, é claro, causador da infertilidade materna.
Num relance de flash back surgiram o velocípede e a bicicleta; o futebol, as peladas no bairro e na praia, os bailinhos, as festas carnavalescas, os porres de lança-perfurme em plena Rua do Comércio, os corsos, os grandes passistas, os festejos natalinos, os amassos nas festas de rua em Fernão Velho e Rio Largo, os entreveros físicos, trocas de socos e pontapés em ônibus, a ida à Delegacia de Polícia onde foi, por conta disso, certa feita, parar...
Passagens de sua presença no colégio dos beneditinos foram recorrentes. Numa delas estava a fazer prova de Português, matéria em que se destacava. Por sinal, cada novo professor, ao iniciar o ano letivo, pedia para os alunos fazerem uma dissertação, “tema livre”. Já no curso primário suas “composições” destacavam-se e eram expostas no quadro de avisos da sala de aula. As dissertações de André, segundo o filme de sua vida, eram lidas em voz alta pelos professores, comentadas, elogiadas pela boa qualidade dos textos. Mas um certo professor resolveu encrencar com o adolescente André. Uma cena, até certo ponto, revoltante. O aluno, sentado na fila da frente, concentrado na prova, escrevia com a mão direita e, sem perceber, mantinha a mão esquerda fechada. O tal professor cismado que havia uma “cola” no punho cerrado, exigiu a abertura da mão. André, de forma desafiadora, só concordou em estender os dedos em respeito aos apelos dos colegas. A mágoa ficou. Ao ter sua aprovação no vestibular confirmada, o professor teria comentado: “o André foi um dos meus melhores alunos nos beneditinos”. Era tarde o mea culpa.
André não estranhou uma cena particularmente marcante. Ganhara uma couraça, presente do pai. Tinha um ciúme doentio desse brinquedo. Porém, cometeu uma imprudência ao bater um “picadinho” na praça em frente ao Palácio dos Martírios. A bola seria capturada por um guarda-civil. O sujeito, de nome Vítor, torturou a criança com frases em que dizia claramente que a couraça de estimação estava no lixo, rasgada com fúria por malvados policiais, “seguindo orientações advindas do Palácio”. “Do Palácio!?” exclamou o garoto, e completaria, “moço, esse governo não tem o que fazer de mais importante?” Por fim, já anoitecendo, depois de lamuriosos apelos, o tal de Victor devolveu o brinquedo. O problema agora seria explicar ao pai o atraso do regresso ao lar...UM CONTO DE FÉRIAS (FINAL)
Nunca foi um namorador contumaz. Na realidade, sempre foi muito tímido e algo desajeitado. Seu rosto era pequeno em relação aos largos ombros, o que lhe conferia uma certa desproporção corporal. Vestia-se com simplicidade, roupas alinhavadas pela mãe, numa velha Singer. Seus sapatos eram reforçados por biqueiras e saltos em metal, para durarem mais. Várias vezes, aparecia jogando, usando aqueles instrumentos belicosos, de reforçados bicos, temidos pelos estragos potenciais que poderiam produzir, à sombra dos oitizeiros do colégio dos beneditinos. Pelo conjunto da obra, até aquele momento, não se auto-classificava como um “macho alfa”, posto não provocar, aparentemente, nenhum frisson no público feminino.
Intrigado, descobriu-se a perguntar-se o que namorados faziam ou falavam-se de tão interessante, em prolongados encontros quase diários. Na verdade, sempre preferira prostitutas a namoros mais sérios, daí as visualizações femininas sem nitidez, como a denunciar os passageiros “casos”. André era mesmo focado em leituras. Queria passar num vestibular de uma grande instituição de ensino, como o seu pai, e, seguindo o raciocínio, ter uma ampla cultura e ser um profissional respeitado.
De súbito, o filme do seu passado deu um branco e retornou a sua dramática encruzilhada. Procurava uma justificativa razoável que pudesse explicar o comportamento de Guiomar. Transtornado, incapaz de raciocinar com clareza, nada lhe ocorria a não ser a crueldade do destino, que, tragicamente, o marcou desde a concepção.
Veio-lhe então à mente a grave fisionomia paterna séria e tristonha. Vacilou. Mas alguma coisa haveria de fazer. Cresceu em ódios contra o seu amigo de infância. Não tinha dúvidas, fora ele quem botara sua mãe no caminho do mal. Sim, fora aquele canalha que de forma sub-reptícia fez sua mãe, uma santa mulher, corromper a sua alma bondosa, renunciando aos seus princípios morais e religiosos. Pensou em estrangular o amigo. “Um sacana, filho-da-puta!” Era terrível e desconcertante. André deixara de acreditar em alma, em outras vidas, em “planos superiores”, em “outra dimensão”...
Por fim, encheu-se de coragem. Daí em diante, André não saberia mais narrar o ocorrido, se assim possível fosse. Suas últimas impressões, após arrombar a porta do quarto do rendez-vous, teriam sido a dolorosa visão da sua mãe assustada, supostamente em felações, tentando esconder a nudez. Ele ainda ensaiaria dizer-lhe que a perdoava, mas apenas gemeu alto pela lancinante dor de um punhal a rasgar-lhe o peito e faze-lo suspirar, penosamente, pela última vez.
Maceió, 1997
Destino
DESTINO
Era o feriado de Todos os Santos de 1919, quando um grupo de intelectuais alagoanos reuniu-se em torno da ideia de criar uma agremiação destinada ao cultivo das letras. Trinta e cinco amantes da literatura deram o ar da graça naquela tarde, tendo como palco o recém-construído Teatro Deodoro, joia do arquiteto Lucarini e orgulho da administração dos Malta, oligarquia que deu as cartas no amanhecer do passado século vinte.
Falava dos presentes e dos representados: dentre tantos, cito Moreira e Silva que respondia por ele e pelo próprio governador-intelectual Fernandes Lima. Jaime de Altavilla, Lima Júnior, Cipriano Jucá, Guedes de Miranda, o primo Fernando Mendonça, Demócrito Gracindo, Jorge de Lima, Joaquim Diégues, Diégues Júnior, Arthur Acioly, Barreto Cardoso, tudo isso sob as bênçãos do clero: Cônego Machado e Pe. Júlio, todos imortais fundadores.
Orador de grandes recursos, o advogado Guedes de Miranda selaria o encontro com frase lapidar: “A força de uma Nação reside mais no fulgor de suas letras que na possança de seus exércitos”. Curiosamente, embora não tenha sido seu primeiro presidente, nem estivesse presente na reunião de fundação, a AAL ficaria conhecida como a “Casa de Gracindo”.
Nos anos setenta, o sodalício receberia um presente de Lamenha Filho, “o governador que amava as letras”, segundo a poética definição do lendário Ib Gatto Falcão. Com efeito, o antigo Grupo Pedro II passaria a ser sua sede. Belo destino para um lugar que já servira de hospital e notabilizara-se pela excelência do ensino público, em saudosas épocas.
E, no entanto, tudo se move, seguindo a erudição do médico Luiz Nogueira, no seu discurso de posse na AAL, citando Galileu Galilei. Hoje, a Casa de Gracindo ocupa a antiga residência do poeta Jorge de Lima. Desfigurado escombro, somente a obstinação de um dr. Ib conseguiria resgatá-la do obscurantismo do anonimato e de impiedosa demolição a que estava predestinada.
Quis o destino que um despretensioso cronista semanal, médico por profissão e tímido diletante das letras, fosse o escolhido para ocupar a vaga do iluminado d. Fernando Iório, seu ex-confessor. Nesse santuário de cultura e saber, o velho bebedourense, filho do doutor José e de dona Rosinha, já se sentiria recompensado em apenas concorrer.
Nos sonhos mais insanos, jamais ousou inserir ombrear-se a um ícone como Aloysio Galvão, mestre querido, em nome do qual homenageia os amigos que juntos sofreram e vibraram.
Era o feriado de Todos os Santos de 1919, quando um grupo de intelectuais alagoanos reuniu-se em torno da ideia de criar uma agremiação destinada ao cultivo das letras. Trinta e cinco amantes da literatura deram o ar da graça naquela tarde, tendo como palco o recém-construído Teatro Deodoro, joia do arquiteto Lucarini e orgulho da administração dos Malta, oligarquia que deu as cartas no amanhecer do passado século vinte.
Falava dos presentes e dos representados: dentre tantos, cito Moreira e Silva que respondia por ele e pelo próprio governador-intelectual Fernandes Lima. Jaime de Altavilla, Lima Júnior, Cipriano Jucá, Guedes de Miranda, o primo Fernando Mendonça, Demócrito Gracindo, Jorge de Lima, Joaquim Diégues, Diégues Júnior, Arthur Acioly, Barreto Cardoso, tudo isso sob as bênçãos do clero: Cônego Machado e Pe. Júlio, todos imortais fundadores.
Orador de grandes recursos, o advogado Guedes de Miranda selaria o encontro com frase lapidar: “A força de uma Nação reside mais no fulgor de suas letras que na possança de seus exércitos”. Curiosamente, embora não tenha sido seu primeiro presidente, nem estivesse presente na reunião de fundação, a AAL ficaria conhecida como a “Casa de Gracindo”.
Nos anos setenta, o sodalício receberia um presente de Lamenha Filho, “o governador que amava as letras”, segundo a poética definição do lendário Ib Gatto Falcão. Com efeito, o antigo Grupo Pedro II passaria a ser sua sede. Belo destino para um lugar que já servira de hospital e notabilizara-se pela excelência do ensino público, em saudosas épocas.
E, no entanto, tudo se move, seguindo a erudição do médico Luiz Nogueira, no seu discurso de posse na AAL, citando Galileu Galilei. Hoje, a Casa de Gracindo ocupa a antiga residência do poeta Jorge de Lima. Desfigurado escombro, somente a obstinação de um dr. Ib conseguiria resgatá-la do obscurantismo do anonimato e de impiedosa demolição a que estava predestinada.
Quis o destino que um despretensioso cronista semanal, médico por profissão e tímido diletante das letras, fosse o escolhido para ocupar a vaga do iluminado d. Fernando Iório, seu ex-confessor. Nesse santuário de cultura e saber, o velho bebedourense, filho do doutor José e de dona Rosinha, já se sentiria recompensado em apenas concorrer.
Nos sonhos mais insanos, jamais ousou inserir ombrear-se a um ícone como Aloysio Galvão, mestre querido, em nome do qual homenageia os amigos que juntos sofreram e vibraram.
O Envelhecer da Crônica
O ENVELHECER DA CRÔNICA
Ilustres intelectuais, permitam-me dizer, alguns colegas de Academias Literárias e outros que não a buscam por a considerarem um ranço “de gosto pequeno-burguês”, ali e acolá, repito, há os que definam a crônica como um estilo híbrido, não vindo a ser um “puro-sangue” literário. Seguindo a cartilha, a crônica será “híbrida”(como o burro), ou seja, uma mistura de jornalismo com pitadas de literatura. Por esse viés, um tisna o outro. Dessa forma, nem é jornalismo, muito menos literatura.
Alguém já me disse, não sem acrimônia, que eu não seria, conceitualmente, um intelectual. Imaginem a minha decepção, pois até aquele exato instante, considerava-me, pretensiosamente, é claro, um “intelectual”. A Ficha caiu-me. Embora, como consolo, desde que colei grau em Medicina, em 1971, nunca tenha sido-me negada a condição de “médico”.
Conquanto aniódonos comentários, por mera teimosia, continuei a escrever textos para jornais, até o dia em que o próprio jornal, para o qual enviava, há duas décadas, semanalmente, minhas alinhavadas crônicas, cassou-me a palavra. Meus textos teriam sido considerados “malditos” pela mais importante mídia de Alagoas. Fazer o quê? A coluna vertebral anquilosou e impede-me de salamaleques.
Ainda assim, não obstante a negação frontal do talento de “intelectual de verdade” e de ter minhas palavras silenciadas pela mídia alagoana, continuei a produzir. Passei a publicar unicamente pela mídia social, denominada “Facebook”. Ignoro se sou bem ou mal lido. Acho que a segunda hipótese é a mais viável.
Nas horas em que me proponho a colecionar os tricentenários textos e publicá-los em forma de livros, deparo-me com uma irrefutável verdade: a crônica adquire tinturas senis. Ainda assim, mais uma vez, audaciosamente, sigo em frente. O máximo que me ocorre é datá-las. Talvez, para algum leitor mais curioso dar-se ao trabalho de confrontá-las com o momento histórico em que foram escritas.
Admito, e por isso peço desculpas, dar publicidade a textos sem a devida datação. É que, o que me sobra em ousadia, careço daquela diligente persistência dos colecionadores. Condescendentes leitores haverão de perdoar-me a indigência intelectual.
Maceió (Alagoas), maio de 2019
Ronald Cabral de Mendonça
Ilustres intelectuais, permitam-me dizer, alguns colegas de Academias Literárias e outros que não a buscam por a considerarem um ranço “de gosto pequeno-burguês”, ali e acolá, repito, há os que definam a crônica como um estilo híbrido, não vindo a ser um “puro-sangue” literário. Seguindo a cartilha, a crônica será “híbrida”(como o burro), ou seja, uma mistura de jornalismo com pitadas de literatura. Por esse viés, um tisna o outro. Dessa forma, nem é jornalismo, muito menos literatura.
Alguém já me disse, não sem acrimônia, que eu não seria, conceitualmente, um intelectual. Imaginem a minha decepção, pois até aquele exato instante, considerava-me, pretensiosamente, é claro, um “intelectual”. A Ficha caiu-me. Embora, como consolo, desde que colei grau em Medicina, em 1971, nunca tenha sido-me negada a condição de “médico”.
Conquanto aniódonos comentários, por mera teimosia, continuei a escrever textos para jornais, até o dia em que o próprio jornal, para o qual enviava, há duas décadas, semanalmente, minhas alinhavadas crônicas, cassou-me a palavra. Meus textos teriam sido considerados “malditos” pela mais importante mídia de Alagoas. Fazer o quê? A coluna vertebral anquilosou e impede-me de salamaleques.
Ainda assim, não obstante a negação frontal do talento de “intelectual de verdade” e de ter minhas palavras silenciadas pela mídia alagoana, continuei a produzir. Passei a publicar unicamente pela mídia social, denominada “Facebook”. Ignoro se sou bem ou mal lido. Acho que a segunda hipótese é a mais viável.
Nas horas em que me proponho a colecionar os tricentenários textos e publicá-los em forma de livros, deparo-me com uma irrefutável verdade: a crônica adquire tinturas senis. Ainda assim, mais uma vez, audaciosamente, sigo em frente. O máximo que me ocorre é datá-las. Talvez, para algum leitor mais curioso dar-se ao trabalho de confrontá-las com o momento histórico em que foram escritas.
Admito, e por isso peço desculpas, dar publicidade a textos sem a devida datação. É que, o que me sobra em ousadia, careço daquela diligente persistência dos colecionadores. Condescendentes leitores haverão de perdoar-me a indigência intelectual.
Maceió (Alagoas), maio de 2019
Ronald Cabral de Mendonça
Cartas aos garotos: A Ditadura Militar 64-85
CARTA AOS GAROTOS
VCS QUE SÃO MENINOS DE ONTEM MERECEM INFORMAÇÕES. INFELIZMENTE, NÃO SABEM DA MISSA UM TERÇO. O QUE FAZIA PAULO COELHO NOS TEMPOS DA DITADURA MILITAR? VIVI ESSA ÉPOCA, TIVE CARRO, UM FUSCA 65, ESTUDAVA, NAMORAVA, FAZIA FARRAS ATÉ TARDE DA NOITE, FREQUENTAVA BORDEIS, IA AO BAR DO CHOPP COMEMORAR COM MEUS AMIGOS DE COLÉGIO... BRINCAVA CARNAVAL, COMEMORAVA O SÃO JOÃO E O NATAL, MAS LIA E ESTUDAVA MUITO. PASSEI NUM VESTIBULAR DE UMA FACULDADE FEDERAL, PARTICIPEI DO DIRETÓRIO SEBATIÃO DA HORA. MARQUEI PRESENÇA EM REUNIÕES DE PROTESTO, NA ESCOLA DE ENGENHARIA (UMA ESTUDANTE DE MEDICINA, QUE NÃO LEMBRO O NOME, TINHA SIDO PRESA EM IBIÚNA, SP, DURANTE UM CONGRESSO DE ESTUDANTES). COMO DIZIA, NOS INTERVALOS DOS COMÍCIOS, LIA-SE E "INTERPRETAVA-SE" MARX. ERA EVIDENTE QUE MUITOS DALI NÃO QUERIAM UM REGIME DEMOCRÁTICO. HAVIA UM, OU MAIS ESTUDANTES DE ENGENHARIA QUE PARECIAM TENTAR EXPLICAR OS DEVANEIOS MARXISTAS.
NAQUELA ÉPOCA JÁ EXISTIAM OS "ESQUERDISTAS REVOLUCIONÁRIOS" DE BARES TEMÁTICOS, QUE DISCUTIAM O COMUNISMO COMO ALGO IMINENTE, CABEÇAS CAMBALEANTES DO MALTE ESCOCÊS.
EU TINHA DEZESSEIS ANOS QUANDO JANGO BATEU O PÉ NA BUNDA E ESCAFEDEU-SE NAS SUAS TERRAS URUGUAIAS. O PAÍS FICOU ACÉFALO.
POR QUEM OS SINOS DOBRAM? POR "GUERRILHEIROS" QUE AQUI PRETENDIAM INSTALAR UMA NOVA CUBA? COELHO FAZIA PARTE DESSES GUEVARAS TUPINIQUINS, ELE, RAUL SEIXAS E TANTOS OUTROS. ERAM JOVENS DA CLASSE MÉDIA QUE CAIRAM NO CONTO DE VIGÁRIO QUE VISLUMBRAVA COMO FACTÍVEL UMA REVOLUÇÃO COMUNISTA. TINHAM COMO MODELO CHE GUEVARA.
VCS ESTAVAM NA BARRIGA DAS SUAS MÃES QUANDO COMEÇOU A LUTA ARMADA. NÃO FOI EM 1964. "GUERRILHEIROS" DERAM O PRIMEIRO PASSO. SEGUIAM UM DEMOLIDOR CATECISMO, DE UM BAIANO TINHOSO, EX-DEPUTADO, O CARLOS MARIGHELA, DE GUERRILHA URBANA, EMBORA HOUVESSE DISSIDENTES QUE PRECONIZAVAM A GUERRILHA NO INTERIOR, NO CAMPO). O FATO É QUE, SE NA CIDADE OU NO CAMPO, COMEÇARAM A ATERRORIZAR, ORGANIZARAM-SE EM "PONTOS", CRIARAM-SE SIGLAS, "PALMARES" E OUTRAS.
VALOROSOS E ATÉ DOCES CAMARADAS SABIAM QUE A LUTA ERA DESIGUAL, AINDA ASSIM PEGARAM EM ARMAS, HAVIA LISTAS DE CANDIDATOS AO PAREDÓN (EM CASO DE VITÓRIA DO COMUNISMO), NOS MOLDES GUEVARISTAS, EXECUÇÃO SUMÁRIA.
NA PEQUENA ILHA DO CARIBE, MILHARES FUGIRAM PARA MIAMI. AINDA ASSIM, FORAM ENTRE 15 E 20 MIL ASSASSINATOS SUMÁRIOS EM CORTE PRESIDIDA PELO PRÓPRIO CHE, AQUELE DO BONEZINHO, QUE DIZIA: " HAY QUE ENDURECER, MAS SIN PERDER LA TERNURA".
VIERAM OS SEQUESTROS DE EMBAIXADORES (SEQUESTRAR ALGUÉM, É OU NÃO É UMA FORMA DE TORTURA?), OS ASSALTOS A BANCOS EM PLENA LUZ DO DIA COM ARMAS SOFISTICADAS É OU NÃO É TORTURAR? ATÉ RESIDÊNCIAS PARTICULARES SERIAM ALVOS DE ROUBOS. SE VC IMAGINA O TAMANHO DO BRASIL, HÁ DE PENSAR-SE QUE EM CADA CANTO, EM CADA ESQUINA, EM CADA ÁRVORE EXISTIA UM PELOTÃO DE MILITARES. CRUEL ENGANO. A VIDA TRANSCORRIA DENTRO DE UMA NORMALIDADE ABSOLUTA. MAS, PARA AQUELES QUE SE ARMARAM, AOS QUE PRETENDIAM TRANSFORMAR O PAÍS NUM SATÉLITE SOVIETO-CUBANISTA, A VIDA DEVE TER SIDO BEM DIFÍCIL. ESSE PESSOAL ERA COOPTADO EM COLÉGIOS E UNIVERSIDADES PARA FAZER PEQUENOS TRABALHOS, COMO LEVAR RECADOS, ABRIGAR ALGUM FORAGIDO NA CASA DOS PAIS, DIRIGIR CARRO ROUBADO, NUM CRESCENDO DE ENVOLVIMENTO. DAÍ, AS PARTICIPAÇÕES AUMENTAVAM E SE TORNAVAM FORAGIDOS, ABANDONANDO A FACULDADE, A CONVIVÊNCIA FAMILIAR... OS ANTIGOS AMIGOS DE INFÂNCIA FICARIAM PARA TRÁS. VIRAVAM FANÁTICOS!
CONVENTOS SE TORNARIAM APRISCOS DE TERRORISTAS E RELIGIOSOS ERAM USADOS COMO POMBOS-CORREIO. FOI ATRAVÉS DESSES CARAS QUE A POLÍCIA CHEGOU AO MARIGHELA.
O LAMARCA E SUA NAMORADA SERIAM LOCALIZADOS POR MEIO DE UMA CARTA DE AMOR DE LAMARCA ENDEREÇADA A IARA IAVELBERG. PARA VC TER UMA IDEIA, NEM CARLOS PRESTES (O MENTOR DA INTENTONA COMUNISTA EM 1935) CONCORDAVA COM A LUTA ARMADA.
ONDE ESTARÍAMOS NÓS, EU, VOCÊ, SEUS PAIS, SEUS AVÓS, SEUS AMIGOS SE POR ACASO OS TERRORISTAS TIPO MARIGHELA, DILMA, ZÉDIRCEU, GENOÍNO, LAMARCA E OUTROS CHEGASSEM AO PODER ATRAVÉS DAS ARMAS?
O GABEIRA E TANTOS QUANTOS ESTÃO AÍ CONTANDO O QUE VIRAM, COMO ATIVISTAS, NOS BASTIDORES DOS SEQUESTROS. VÁRIOS EX-COMUNISTAS JÁ DERAM SEUS DEPOIMENTOS.
O EX-CAPITÃO, DESERTOR DO EXÉRCITO, CARLOS LAMARCA FAZIA JULGAMENTOS SUMÁRIOS, MATAVA A CORONHADAS. "GUERRILHEIROS ARREPENDIDOS" ERAM MORTOS PELOS PRÓPRIOS CAMARADAS.
NO RECIFE QUE AMAMOS TANTO, TERRORISTAS SOLTARAM UMA BOMBA DENTRO DO AEROPORTO. MAS ISSO PARECE QUE NÃO EXISTIU. A GENTE LÊ UM TEXTO COMO AQUELE ATRIBUÍDO AO PAULO COELHO E DAÍ CRIA-SE UM CLIMA DE QUE A POLÍCIA PEGAVA ALGUÉM ALEATORIAMENTE, DO NADA, DO NADA, LEVAVA PARA UM LUGAR DESERTO E LÁ DELICIAVA-SE COM TORTURAS GRATUITAS, UMA ESPÉCIE DE SADISMO.
DIA DESSES, PUBLIQUEI AQUI NO FACE ALGO QUE FEZ REFERÊNCIA A ELEIÇÕES. IMAGINEM O NÍVEL DE DESCONHECIMENTO, A JOVEM INDAGOU ESTUPEFATA: "ELEIÇÕES?! DURANTE O REGIME MILITAR!? ELA IGNORAVA QUE HAVIA ELEIÇÕES, CAMPANHAS, DESCONHECIA QUE HAVIA BIPARTIDARISMO, IGNORAVA QUE ERAM OS SULISTAS QUEM OFERECIAM A MAIOR RESISTÊNCIA AO REGIME, ELEGENDO PESSOAS DA OPOSIÇÃO.
NAQUELES TEMPOS, O NORDESTE ERA QUEM DAVA SUSTENTAÇÃO AOS MILICOS. SEMPRE POBRE E NECESSITADO, O NOSSO NORDESTE AJOELHAVA-SE DIANTE DO PODER DA ARENA, DO MESMO MODO QUE FAZ HOJE MOTIVADO PELO BOLSA FAMÍLIA. VEJAM FILHOS COMO AS COISAS SÃO. O NORDESTE NÃO MUDOU. CONTINUA A ACOCORAR-SE PARA ESMOLAR CARROS PIPAS, SACOLÕES E A ESMOLA DO BOLSA-FAMÍLIA.
OLHEM PARA AS FOTOS DAS SUAS INFÂNCIAS. VCS FORAM ADOLESCENTES NA DITADURA. VIRAM ALGO PARECIDO COM O QUE OCORREU COM A CABEÇA CHEIA DE ERVAS DO PAULO COELHO? UM ABRAÇO CARINHOSO DO VELHO TIO
VCS QUE SÃO MENINOS DE ONTEM MERECEM INFORMAÇÕES. INFELIZMENTE, NÃO SABEM DA MISSA UM TERÇO. O QUE FAZIA PAULO COELHO NOS TEMPOS DA DITADURA MILITAR? VIVI ESSA ÉPOCA, TIVE CARRO, UM FUSCA 65, ESTUDAVA, NAMORAVA, FAZIA FARRAS ATÉ TARDE DA NOITE, FREQUENTAVA BORDEIS, IA AO BAR DO CHOPP COMEMORAR COM MEUS AMIGOS DE COLÉGIO... BRINCAVA CARNAVAL, COMEMORAVA O SÃO JOÃO E O NATAL, MAS LIA E ESTUDAVA MUITO. PASSEI NUM VESTIBULAR DE UMA FACULDADE FEDERAL, PARTICIPEI DO DIRETÓRIO SEBATIÃO DA HORA. MARQUEI PRESENÇA EM REUNIÕES DE PROTESTO, NA ESCOLA DE ENGENHARIA (UMA ESTUDANTE DE MEDICINA, QUE NÃO LEMBRO O NOME, TINHA SIDO PRESA EM IBIÚNA, SP, DURANTE UM CONGRESSO DE ESTUDANTES). COMO DIZIA, NOS INTERVALOS DOS COMÍCIOS, LIA-SE E "INTERPRETAVA-SE" MARX. ERA EVIDENTE QUE MUITOS DALI NÃO QUERIAM UM REGIME DEMOCRÁTICO. HAVIA UM, OU MAIS ESTUDANTES DE ENGENHARIA QUE PARECIAM TENTAR EXPLICAR OS DEVANEIOS MARXISTAS.
NAQUELA ÉPOCA JÁ EXISTIAM OS "ESQUERDISTAS REVOLUCIONÁRIOS" DE BARES TEMÁTICOS, QUE DISCUTIAM O COMUNISMO COMO ALGO IMINENTE, CABEÇAS CAMBALEANTES DO MALTE ESCOCÊS.
EU TINHA DEZESSEIS ANOS QUANDO JANGO BATEU O PÉ NA BUNDA E ESCAFEDEU-SE NAS SUAS TERRAS URUGUAIAS. O PAÍS FICOU ACÉFALO.
POR QUEM OS SINOS DOBRAM? POR "GUERRILHEIROS" QUE AQUI PRETENDIAM INSTALAR UMA NOVA CUBA? COELHO FAZIA PARTE DESSES GUEVARAS TUPINIQUINS, ELE, RAUL SEIXAS E TANTOS OUTROS. ERAM JOVENS DA CLASSE MÉDIA QUE CAIRAM NO CONTO DE VIGÁRIO QUE VISLUMBRAVA COMO FACTÍVEL UMA REVOLUÇÃO COMUNISTA. TINHAM COMO MODELO CHE GUEVARA.
VCS ESTAVAM NA BARRIGA DAS SUAS MÃES QUANDO COMEÇOU A LUTA ARMADA. NÃO FOI EM 1964. "GUERRILHEIROS" DERAM O PRIMEIRO PASSO. SEGUIAM UM DEMOLIDOR CATECISMO, DE UM BAIANO TINHOSO, EX-DEPUTADO, O CARLOS MARIGHELA, DE GUERRILHA URBANA, EMBORA HOUVESSE DISSIDENTES QUE PRECONIZAVAM A GUERRILHA NO INTERIOR, NO CAMPO). O FATO É QUE, SE NA CIDADE OU NO CAMPO, COMEÇARAM A ATERRORIZAR, ORGANIZARAM-SE EM "PONTOS", CRIARAM-SE SIGLAS, "PALMARES" E OUTRAS.
VALOROSOS E ATÉ DOCES CAMARADAS SABIAM QUE A LUTA ERA DESIGUAL, AINDA ASSIM PEGARAM EM ARMAS, HAVIA LISTAS DE CANDIDATOS AO PAREDÓN (EM CASO DE VITÓRIA DO COMUNISMO), NOS MOLDES GUEVARISTAS, EXECUÇÃO SUMÁRIA.
NA PEQUENA ILHA DO CARIBE, MILHARES FUGIRAM PARA MIAMI. AINDA ASSIM, FORAM ENTRE 15 E 20 MIL ASSASSINATOS SUMÁRIOS EM CORTE PRESIDIDA PELO PRÓPRIO CHE, AQUELE DO BONEZINHO, QUE DIZIA: " HAY QUE ENDURECER, MAS SIN PERDER LA TERNURA".
VIERAM OS SEQUESTROS DE EMBAIXADORES (SEQUESTRAR ALGUÉM, É OU NÃO É UMA FORMA DE TORTURA?), OS ASSALTOS A BANCOS EM PLENA LUZ DO DIA COM ARMAS SOFISTICADAS É OU NÃO É TORTURAR? ATÉ RESIDÊNCIAS PARTICULARES SERIAM ALVOS DE ROUBOS. SE VC IMAGINA O TAMANHO DO BRASIL, HÁ DE PENSAR-SE QUE EM CADA CANTO, EM CADA ESQUINA, EM CADA ÁRVORE EXISTIA UM PELOTÃO DE MILITARES. CRUEL ENGANO. A VIDA TRANSCORRIA DENTRO DE UMA NORMALIDADE ABSOLUTA. MAS, PARA AQUELES QUE SE ARMARAM, AOS QUE PRETENDIAM TRANSFORMAR O PAÍS NUM SATÉLITE SOVIETO-CUBANISTA, A VIDA DEVE TER SIDO BEM DIFÍCIL. ESSE PESSOAL ERA COOPTADO EM COLÉGIOS E UNIVERSIDADES PARA FAZER PEQUENOS TRABALHOS, COMO LEVAR RECADOS, ABRIGAR ALGUM FORAGIDO NA CASA DOS PAIS, DIRIGIR CARRO ROUBADO, NUM CRESCENDO DE ENVOLVIMENTO. DAÍ, AS PARTICIPAÇÕES AUMENTAVAM E SE TORNAVAM FORAGIDOS, ABANDONANDO A FACULDADE, A CONVIVÊNCIA FAMILIAR... OS ANTIGOS AMIGOS DE INFÂNCIA FICARIAM PARA TRÁS. VIRAVAM FANÁTICOS!
CONVENTOS SE TORNARIAM APRISCOS DE TERRORISTAS E RELIGIOSOS ERAM USADOS COMO POMBOS-CORREIO. FOI ATRAVÉS DESSES CARAS QUE A POLÍCIA CHEGOU AO MARIGHELA.
O LAMARCA E SUA NAMORADA SERIAM LOCALIZADOS POR MEIO DE UMA CARTA DE AMOR DE LAMARCA ENDEREÇADA A IARA IAVELBERG. PARA VC TER UMA IDEIA, NEM CARLOS PRESTES (O MENTOR DA INTENTONA COMUNISTA EM 1935) CONCORDAVA COM A LUTA ARMADA.
ONDE ESTARÍAMOS NÓS, EU, VOCÊ, SEUS PAIS, SEUS AVÓS, SEUS AMIGOS SE POR ACASO OS TERRORISTAS TIPO MARIGHELA, DILMA, ZÉDIRCEU, GENOÍNO, LAMARCA E OUTROS CHEGASSEM AO PODER ATRAVÉS DAS ARMAS?
O GABEIRA E TANTOS QUANTOS ESTÃO AÍ CONTANDO O QUE VIRAM, COMO ATIVISTAS, NOS BASTIDORES DOS SEQUESTROS. VÁRIOS EX-COMUNISTAS JÁ DERAM SEUS DEPOIMENTOS.
O EX-CAPITÃO, DESERTOR DO EXÉRCITO, CARLOS LAMARCA FAZIA JULGAMENTOS SUMÁRIOS, MATAVA A CORONHADAS. "GUERRILHEIROS ARREPENDIDOS" ERAM MORTOS PELOS PRÓPRIOS CAMARADAS.
NO RECIFE QUE AMAMOS TANTO, TERRORISTAS SOLTARAM UMA BOMBA DENTRO DO AEROPORTO. MAS ISSO PARECE QUE NÃO EXISTIU. A GENTE LÊ UM TEXTO COMO AQUELE ATRIBUÍDO AO PAULO COELHO E DAÍ CRIA-SE UM CLIMA DE QUE A POLÍCIA PEGAVA ALGUÉM ALEATORIAMENTE, DO NADA, DO NADA, LEVAVA PARA UM LUGAR DESERTO E LÁ DELICIAVA-SE COM TORTURAS GRATUITAS, UMA ESPÉCIE DE SADISMO.
DIA DESSES, PUBLIQUEI AQUI NO FACE ALGO QUE FEZ REFERÊNCIA A ELEIÇÕES. IMAGINEM O NÍVEL DE DESCONHECIMENTO, A JOVEM INDAGOU ESTUPEFATA: "ELEIÇÕES?! DURANTE O REGIME MILITAR!? ELA IGNORAVA QUE HAVIA ELEIÇÕES, CAMPANHAS, DESCONHECIA QUE HAVIA BIPARTIDARISMO, IGNORAVA QUE ERAM OS SULISTAS QUEM OFERECIAM A MAIOR RESISTÊNCIA AO REGIME, ELEGENDO PESSOAS DA OPOSIÇÃO.
NAQUELES TEMPOS, O NORDESTE ERA QUEM DAVA SUSTENTAÇÃO AOS MILICOS. SEMPRE POBRE E NECESSITADO, O NOSSO NORDESTE AJOELHAVA-SE DIANTE DO PODER DA ARENA, DO MESMO MODO QUE FAZ HOJE MOTIVADO PELO BOLSA FAMÍLIA. VEJAM FILHOS COMO AS COISAS SÃO. O NORDESTE NÃO MUDOU. CONTINUA A ACOCORAR-SE PARA ESMOLAR CARROS PIPAS, SACOLÕES E A ESMOLA DO BOLSA-FAMÍLIA.
OLHEM PARA AS FOTOS DAS SUAS INFÂNCIAS. VCS FORAM ADOLESCENTES NA DITADURA. VIRAM ALGO PARECIDO COM O QUE OCORREU COM A CABEÇA CHEIA DE ERVAS DO PAULO COELHO? UM ABRAÇO CARINHOSO DO VELHO TIO
TEXTO MEMORIAL DE MEU PAI, JOSÉ LOPES DE MENDONÇA, DE 1991
TEXTO MEMORIALISTA DE JOSÉ LOPES DE MENDONÇA.
SERÁ ESCRITO EM 1991, LOGO APÓS O CONFISCO PROMOVIDO PELO ENTÃO PRESIDENTE, FERNANDO COLLOR DE MELLO.
TRANSCREVO:
“No limiar dos meus 70 (setenta) anos de idade e aos 45 anos de profissão médica, tive meus bens em espécie monetária congelados, por isso convém esclarecer as suas origens. As minhas economias, que foram congeladas de acordo com o plano econômico do modelo “Brasil Novo”, não representam um montante de especulação, mas um pequeno patrimônio construído através de lutas e trabalho incessantes iniciados no ano de 1946.
Formado em Medicina pela Universidade de Medicina do Recife (porque no estado de Alagoas, na época, não havia nem o curso complementar pré-médico, que equivale ao 2º grau atual, calculem pensar em curso universitário!). Assim, fiquei no Recife, de 1938 a 1945, primeiro cursando o pré-médico (1938-1939 e o curso médico de 1940-1945). Nesse período, tornei-me reservista de 2ª categoria, servindo no Tiro de Guerra, 333, sediado em Olinda.
Durante o curso médico, fui convocado para serviço ativo e com vistas a ser enviado à FEB, para os campos de batalha na Itália. Nesse ano, sofri a maior perda da minha vida, a morte de meu pai, aos 50 anos de idade que, profundamente emocionado com a minha convocação para o serviço ativo do Exército e prevendo a interrupção dos meus estudos médicos, foi acometido de crise hipertensiva com edema agudo do pulmão, falecendo em poucos instantes, na presença de equipe médica do Pronto Socorro de Maceió. Ainda permaneci na 7ª Formação Sanitária Nacional, acantonada em Monteiro, bairro do Recife, durante 07 (sete) meses, quando fui desincorporado por requerimento de minha mãe, justificando a qualidade do filho mais velho e, consequentemente, arrimo de família.
Muita luta, muito sacrifício para concluir os três últimos anos do curso médico - 4°,5º e 6° anos. Só a determinação de obter a formação de médico fez superar a indiscutível crise. Amigos e parentes aconselhavam-me a suspender o curso e candidatar-me em concursos de bancos. Evidentemente fui obrigado a trabalhar concomitantemente com os estudos de medicina. Trabalhei em laboratórios farmacêuticos, como propagandista e vendedor, para obter o necessário à subsistência e ajuda à minha mãe e os três irmãos menores. Fiz cursos e estágios que me garantiram a formação de generalista: fui acadêmico-interno de hospitais e por fim, realizei cursos de especialização em Psiquiatria e Medicina e também, em época distinta, em Higiene do Trabalho.
Ainda com 12 (doze) anos de formado não possuía casa própria nem carro. Mas, acima de tudo, estava na minha determinação a lembrança da figura do meu pai, que perdeu todos os bens, na crise do açúcar bruto, de 1930 em diante. Portanto, não gastava tudo o que ganhava e sempre fazia pequenas economias do que restava dos empregos e do exercício liberal da profissão.
Dessa forma, pude, em 1960, alugar uma casa nova de dois pavimentos e instalar uma pequena cínica psiquiátrica, com consultório. Dois anos depois, em 1962, com o mesmo sistema de economias, adquiri uma casa maior que me foi oferecida pelos tradicionais industriais do
Estado, Leão Irmãos, que me cederam um belo imóvel provido de um pomar, com prestações mensais, em 5 (cinco) anos. Assim, ampliei a minha Clínica. O processo inflacionário, já em curso, favoreceu, ilusoriamente, o pagamento da minha dívida, conseguindo saldá-la no tempo acertado.
Passei a ampliar a Clínica, atendendo os pacientes da Capital e do Interior, e a minha família constituída de 10 (dez) filhos, com a minha esposa, compunham a equipe que proporcionou o nosso crescimento. As nossas economias foram utilizadas na ampliação da Clínica, na compra de materiais, eletrodomésticos, técnicos etc. Também permitiram que se fizesse aplicação em Over e em Poupança, sistemas financeiros criados pelo governo e estimulados pelo próprio governo. Mas, apesar das aplicações, nunca ficamos em berço esplêndido, aguardando somente o recebimento dos enganosos lucros do sistema financeiro da época.
Continuamos trabalhando na Medicina e proporcionando o bem-estar de inúmeros alagoanos e de outros pacientes de longínquas plagas; porque a nossa Clínica, ao visar o bem-estar dos pacientes, tem obtido a preferência da clientela e o nosso nome tem se projetado em todo o País.”
SERÁ ESCRITO EM 1991, LOGO APÓS O CONFISCO PROMOVIDO PELO ENTÃO PRESIDENTE, FERNANDO COLLOR DE MELLO.
TRANSCREVO:
“No limiar dos meus 70 (setenta) anos de idade e aos 45 anos de profissão médica, tive meus bens em espécie monetária congelados, por isso convém esclarecer as suas origens. As minhas economias, que foram congeladas de acordo com o plano econômico do modelo “Brasil Novo”, não representam um montante de especulação, mas um pequeno patrimônio construído através de lutas e trabalho incessantes iniciados no ano de 1946.
Formado em Medicina pela Universidade de Medicina do Recife (porque no estado de Alagoas, na época, não havia nem o curso complementar pré-médico, que equivale ao 2º grau atual, calculem pensar em curso universitário!). Assim, fiquei no Recife, de 1938 a 1945, primeiro cursando o pré-médico (1938-1939 e o curso médico de 1940-1945). Nesse período, tornei-me reservista de 2ª categoria, servindo no Tiro de Guerra, 333, sediado em Olinda.
Durante o curso médico, fui convocado para serviço ativo e com vistas a ser enviado à FEB, para os campos de batalha na Itália. Nesse ano, sofri a maior perda da minha vida, a morte de meu pai, aos 50 anos de idade que, profundamente emocionado com a minha convocação para o serviço ativo do Exército e prevendo a interrupção dos meus estudos médicos, foi acometido de crise hipertensiva com edema agudo do pulmão, falecendo em poucos instantes, na presença de equipe médica do Pronto Socorro de Maceió. Ainda permaneci na 7ª Formação Sanitária Nacional, acantonada em Monteiro, bairro do Recife, durante 07 (sete) meses, quando fui desincorporado por requerimento de minha mãe, justificando a qualidade do filho mais velho e, consequentemente, arrimo de família.
Muita luta, muito sacrifício para concluir os três últimos anos do curso médico - 4°,5º e 6° anos. Só a determinação de obter a formação de médico fez superar a indiscutível crise. Amigos e parentes aconselhavam-me a suspender o curso e candidatar-me em concursos de bancos. Evidentemente fui obrigado a trabalhar concomitantemente com os estudos de medicina. Trabalhei em laboratórios farmacêuticos, como propagandista e vendedor, para obter o necessário à subsistência e ajuda à minha mãe e os três irmãos menores. Fiz cursos e estágios que me garantiram a formação de generalista: fui acadêmico-interno de hospitais e por fim, realizei cursos de especialização em Psiquiatria e Medicina e também, em época distinta, em Higiene do Trabalho.
Ainda com 12 (doze) anos de formado não possuía casa própria nem carro. Mas, acima de tudo, estava na minha determinação a lembrança da figura do meu pai, que perdeu todos os bens, na crise do açúcar bruto, de 1930 em diante. Portanto, não gastava tudo o que ganhava e sempre fazia pequenas economias do que restava dos empregos e do exercício liberal da profissão.
Dessa forma, pude, em 1960, alugar uma casa nova de dois pavimentos e instalar uma pequena cínica psiquiátrica, com consultório. Dois anos depois, em 1962, com o mesmo sistema de economias, adquiri uma casa maior que me foi oferecida pelos tradicionais industriais do
Estado, Leão Irmãos, que me cederam um belo imóvel provido de um pomar, com prestações mensais, em 5 (cinco) anos. Assim, ampliei a minha Clínica. O processo inflacionário, já em curso, favoreceu, ilusoriamente, o pagamento da minha dívida, conseguindo saldá-la no tempo acertado.
Passei a ampliar a Clínica, atendendo os pacientes da Capital e do Interior, e a minha família constituída de 10 (dez) filhos, com a minha esposa, compunham a equipe que proporcionou o nosso crescimento. As nossas economias foram utilizadas na ampliação da Clínica, na compra de materiais, eletrodomésticos, técnicos etc. Também permitiram que se fizesse aplicação em Over e em Poupança, sistemas financeiros criados pelo governo e estimulados pelo próprio governo. Mas, apesar das aplicações, nunca ficamos em berço esplêndido, aguardando somente o recebimento dos enganosos lucros do sistema financeiro da época.
Continuamos trabalhando na Medicina e proporcionando o bem-estar de inúmeros alagoanos e de outros pacientes de longínquas plagas; porque a nossa Clínica, ao visar o bem-estar dos pacientes, tem obtido a preferência da clientela e o nosso nome tem se projetado em todo o País.”
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