Muitos sábados de antigamente foram muito diferentes dos de hoje. Houve
um período em que levei o Roninho e o Duda para comermos acarajé ali na
curva do Gogó da Ema. Os dois eram
crianças. Na verdade, o Roninho era um pré adolescente e o Duda ainda
garotinho.
Detonávamos acarajés pra caramba. Ríamos muito. Lembro de uma
história em que se dizia que o Batista Cortez (árbitro de futebol e CSA
doente) supostamente havia desmaiado de emoção com um gol do centroavante Clóvis. Nesse dia, o Cortez estava de bandeirinha.
Tinha
uma certa aproximação com ele no velho HPS onde ele trabalhava na
administração do hospital. Estávamos sentados na calçada do "Alagoinha",
eu o Duda e Roninho quando o BC estava atravessando a rua em nossa
direção. Rapidamente sintetizei essa história, antes que ele se
aproximasse. Apenas o tempo do cumprimento e do convite para ficar
conosco dividindo uma cerveja.
Os meninos não conseguiam parar de
sorrir. Instado a relatar o episódio, BC não negou o sangue azulino que
corria em suas veias. Contudo, disse-nos ele, nunca havia desmaiado. Foi
um escorregão, nada mais.
Houve também um período em que íamos para a
lagoa. Os meninos eram loucos para esquiar... Subitamente as crianças
cresceram. Os monótonos passeios com o pai haviam perdido um pouco a
graça. (Meu Deus! Por que nossas crianças crescem?)
Mas como dizia a
propaganda: "O mundo gira e a Lusitana roda". Meu pai enviuvara e
começou a me solicitar aos sábados. Em torno do meio-dia ele ligava: "E
aí, rapaz, vc vem ou não? A cerveja está gelada, seus bifes à milanesa
estão prontos e o charque na medida..."
Daí a pouco, após as visitas aos
pacientes da Santa Casa, estava um quase cinquentão batendo papo com um
setentão. Que tardes maravilhosas! Meu pai, Zé Lopes, quase não bebia.
Eu tomava as cervejas enquanto sorvia as suas recordações, as suas suas
histórias fascinantes. Oh pai, como eu amava o senhor. Minhas saudades e
minha singela homenagem.
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