domingo, 25 de abril de 2010

VELHOS JORNAIS

VELHOS JORNAIS

Articulista de limitados recursos, nesses últimos 14 anos tenho me esforçado para escrever algo de aproveitável, que possa ser lido sem muito sacrifício pelos amigos e parentes. Vez ou outra, consulto as edições antigas da Gazeta de Alagoas, faço uma rápida revisão do que escrevi, aproveito e aí dou uma repassada no noticiário da época.
Publiquei as primeiras matérias em 1997/1998 para comentar novas orientações no vestibular da Escola de Ciências Médicas, que mudara o calendário das provas para não coincidir com outras Universidades. A finalidade era clara: falida, a ECMAL resolveu fazer caixa com as taxas de inscrição. O resultado final não poderia ser mais catastrófico para os candidatos da terra, posto que dois terços das vagas foram ocupadas por gente de fora.
Alagoas viveria um dos seus momentos mais delicados que culminaria com a renúncia do governador e a eleição de um outro de esquerda.
Aliás, o esquerdismo estava presente em tudo. O próprio FHC, hoje escorraçado por ex-companheiros de ideologia, era um gauchiste histórico cujo passado o credenciaram a derrotar impiedosamente, duas vezes, o opositor Lula, que apostava no caos para vencer, ferrenho adversário do Plano Real, da CPMF, do Bolsa-Escola (que considerava eleitoreiro, demagógico e o “espelhinho do dominador”) e de tudo o mais que viesse do governo.
No plano moral e ético, a era FHC ficaria marcada por célebres patifarias – compra de votos para reeleição, esquemas de beneficiamentos nas privatizações e outros que tais. Lula soube tirar proveitos e finalmente era eleito. Surpreendendo a todos, colocaria Henrique Meirelles para dirigir as finanças do País, que seguiu as linhas mestras do antecessor, até porque é a especialidade do cara.
Mas a maior jogada de sua gestão foi a ampliação do Bolsa-Escola para Bolsa-Família – o genial programa oficial de compra de votos, disfarçado de humanitário. Sob a égide do execrado Plano Real e o comando de Meirelles, o País atingiu estabilidade econômica, apesar de toda corrupção e das trapaças dos companheiros lideradas por José “Guerrilheiro” Dirceu et caterva.
Os jornais registram que em Alagoas, com Ronaldo Lessa, o funcionalismo voltou a receber em dia. Problemas sistêmicos, a Saúde (o SUS), a Educação e a Segurança foram cambaleantes, chegando a um nível de impressionante degradação. Nunca se fugiu tanto do Baldomero como naquela época.
Desgastado ao final dos oito anos de mandato, a derrota de Lessa para o Senado quis parecer uma espécie de castigo também pelas eloqüentes evidências de enriquecimento anormal de vários de seus auxiliares diretos.

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