sexta-feira, 1 de junho de 2012

MARCO AURÉLIO E LUPERCA

MARCO AURÉLIO E LUPERCA


Por: » RONALD MENDONÇA – médico e membro da AAL.

Orientado pelo mestre Aloysio Galvão, arrastei-me em andanças pela “Roma dos Césares”. Profundo conhecedor da matéria, o emérito latinista “exige” do atrasado pupilo não só a formalidade das visitas, mas a iconografia atualizada.



Dentre tantas “lições de casa”, acerta no alvo ao recomendar a imperdível visita ao Capitólio (Campidoglio), espaço histórico no monte do mesmo nome, segundo os estudiosos, uma das sete colinas da bela cidade.



Guardadas as devidas proporções, a geografia de Roma lembra um pouco a de Bebedouro – no que tange aos morros. A diferença é que em vez de sete colinas, em Bebedouro há apenas duas: O Alto do Urubu e a Chã. Em vez do Tibre, temos por aqui o braço infecto da lagoa Mundaú...



Falo de rios e lagoas e recordo que na “Cidade Eterna” parece não haver preocupações com a anunciada crise da água doce do planeta. Com efeito, a cidade é repleta de fontes encanadas, potáveis, a escorrer filiformes, continuadamente. Foi um chute nas minhas tênues bandeiras ecológicas. Preocupado com a decantada iminente escassez, chateio meus netos para banhos rápidos.



Desconheço o impacto nas finanças do país, mas de qualquer forma, esse acesso gratuito, representa uma economia para moradores e turistas, abastecidos com água de boa qualidade. Os italianos também não decepcionam nos quesitos vinhos e massas. Imagino quando isso tudo se transformar num paraíso socialista. Quero poder aqui degustar “Chianti Rosso” da torneira da hospedaria.



Falava das lições de casa do mestre Galvão. Admirador de Marco 410 Aurélio (o Imperador-Filósofo), tido como o último dos grandes governantes, segui à risca o compromisso de uma foto sob uma das réplicas de sua estátua eqüestre, justamente a que domina majestosa o centro do Campidóglio. Estóico, escritor e com fama de generosidade com os derrotados, não é à toa a aura de estadista e guerreiro de Aurélio. Com a sua morte, em torno de 180 DC, a célebre Pax Romana escafedeu-se. O filho e herdeiro do trono, Comodo, fez jus ao nome...



Aliás, a história do Império Romano é um manancial de relatos deliciosos onde o mito se funde de tal sorte ao supostamente real, que os pobres mortais duvidam da clivagem. Com efeito, nessa mesma praça de forte influência católica, havia um templo dedicado a Júpiter.



Nos museus que hoje a delimitam uma polêmica escultura registra a imaginária cena da loba Luperca amamentando os gêmeos Rômulo e Remo, míticos fundadores da cidade.

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