Artigo de Juarez Miguel publicado em O Jornal de 06/08/2010
Convidado pelo diletante autor, o nosso querido Ronald Mendonça, para assistir ao lançamento de seu primeiro livro “Latim aos Sábados”, não me surpreendi em ver a seleta e expressiva afluência de pessoas que dignificam os mais diversos segmentos da sociedade alagoana. Presentes àquela memorável noite de autógrafo estavam seus familiares, médicos, escritores, advogados e profissionais dos mais variegados ramos, cujas personalidades, afetivamente, prestigiaram o evento cultural protagonizado pelo aspirante à imortalidade da Academia Alagoana de Letras. Certamente, no tempo propício, o colegiado do casarão das letras da Praça Deodoro referendará os seus atributos intelectuais. E aí, sim, haverá de alçá-lo à galeria dos imortais (das letras).
Nesse sentir, impulsionado pelo coração – sede das afeições humanas – li, com detida atenção, os sinérgicos relatos dos mais recorrentes e cruciais temas que, não raras vezes, degradam os ontológicos e sagrados valores da sociedade atual. Traduzidos em crônicas, refletem com boa dosagem de ironia e indignação o estereotipado estilo de crítico semanal.
Sobressaindo-se como renomado neurocirurgião, professor da Ufal e formulador do moderno ato e técnica médicos em prol dos pacientes, porta sólida formação humanística (nenhum paradoxo em relação às letras). Com fecundo labor literário e nas diminutas horas de lazer, segue o futuro acadêmico escrevendo sobre as mais hilariantes, dantescas e cruéis situações que envolvem a realidade cotidiana apontando para o homem como epicentro da corrupção disseminada nas instituições, contracenando como ator das injustiças e doutros desvios éticos. Com sensibilidade social entranhada na alma, formula os irrepreensíveis conceitos pertinentes aos deploráveis “modus vivendi e operandi” do ser humano. Fazê-lo é um imperativo dos que clamam pela plenitude do valor justiça que é co-irmã da paz e bradam aos céus, suplicando um viver harmônico, pacificamente, ausente das indesejáveis e incuráveis sequelas dos satanizadores do mal. Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça!
Contudo, para que haja justiça, impõe-se que a criatura humana aja em obediência às prescrições delineadas pela providência divina.
A exemplo de Jesus, em seus mendoncianos artigos, Ronald e os que assim agem revelam ira santa. Nesse sábio cenário, ele deve evoluir na defesa da humanidade desprotegida.
Cícero, o grande filósofo, proclamava: “A ciência dá-nos o conhecimento, mas somente a filosofia nos pode conferir a sabedoria”.
Fiéis aos ensinamentos do absoluto em quaisquer das vicissitudes da vida, o indelével peso das grandes pedras que Ronald e Nadja alçam, há de edificar o monumental e sagrado edifício preparado para ambos junto aos ausentes sempre presentes primogênitos.
Nisto Deus há de transcendê-los para o acessível tesouro dos bons. Naquele belíssimo estado, os ladrões não furtam e tampouco as traças roem o que é precioso. Se por algo a alma dói – eu sei e me compadeço da intensidade da dor – a cura vem sendo ministrada pelo médico dos médicos.
Quanto à querida Nadja, mulher-síntese, enquanto gênero humano da melhor espécie, é altiva em conciliar sua profissão de médica psiquiatra com a divina missão de esposa, mãe e avó, cujo amor é sempre permanente na alegria ou na adversidade dos familiares e amigos.
Diletos Ronald e Nadja, impregnados de humanismo adiram à filosofia kantiana porque trata o homem como um fim e, se possível, procurem lenir o sofrimento dos excluídos. Imortalizem o bem na materializada e enferma sociedade!
Juarez Miguel é advogado
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