Segundo os dados de institutos de pesquisa, Serra está como naquele provérbio: “Água de morro abaixo, fogo de morro acima, quando o povo quer... De fato, as intenções de voto no homem estão murchando, na proporção contrária às da sacola cheia de dona Dilma. A continuar assim, e se dermos crédito aos números revelados, será uma derrota humilhante.
Jogando pesado, com o crédito de uma consagração popular quase unânime, Lula está conseguindo, até agora, ao emplacar uma ilustre desconhecida, tocar com êxito seu projeto de continuidade no cargo. Alvo de inabalável crença mística, tudo indica que os eleitores estão certos da permanência do ex-metalúrgico no cargo. Talvez seja um caso de alucinação coletiva: as pessoas olham para a carranca da candidata e veem a figura sorridente do Lula. Por isso, não estão nem aí por tudo que aconteceu de escabroso, nesse país, nos últimos sete anos.
Mas a disputa, esse ano - sem levar em conta a interferência massacrante do presidente e o uso indiscriminado da máquina federal em prol de uma candidatura distingue-se pela presença maciça de postulantes ditos “de esquerda”.
(Pessoalmente, quando vejo o afrontoso lucro dos banqueiros, tenho dificuldades em situar José Serra, Dilma Roussef e Marina Silva. É que um país que precisa usar o artifício de bolsas-famílias para ¼ da população, a convivência pacífica desses candidatos com essa categoria privilegiada, não deixa de ser um paradoxo.)
Mas vamos admitir que eles sejam de esquerda. Extraiam-se o Eymael (“Ei, ei, Mael”) e o Levy Fidélix (PRTB), aparentemente menos preocupados em mudar a forma de governo. Os outros quatro: Rui Pimenta (PCO), Zé Maria (PSTU), Plínio Sampaio (PSOL) e Ivan Pinheiro (PCB), fracos de voto, sonham com a instalação de ditaduras comunistas, no melhor estilo stalinista. Ao todo, são sete “esquerdistas”.
A grande verdade é que, boa parte dessas pregações, beira o folclore. Lembro de antigas candidaturas nos anos cinqüenta e sessenta do século passado: Plínio Salgado e Ademar de Barros. Salgado encarnava o “anti”. Anticomunista, anti-anarquista, antifascista. Católico piedoso, criador do Partido Integralista (por conta de singular uniforme, seus membros eram chamados de “galinhas verdes”), ainda conseguia emplacar 8% do eleitorado.
Doutor Ademar era um político paroquial. Médico, empresário e grande namorador, eterno candidato a presidente, tinha como um dos lemas: “Dessa vez, vamos”. Seus inimigos atribuíam-lhe outro: “Rouba, mas faz”.
O tempo passou. Somente Ademar, às vezes, é relembrado, sobretudo depois que veio à tona que o cofre da casa da amante, Ana Benchimol, teria sido surrupiado pela “guerrilheira” Estela, hoje mais conhecida como Dilma Rousseff.
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