domingo, 6 de junho de 2010

A CÉSAR E AOS SINDICATOS

Habitualmente embotado por um discurso ambíguo, oposto ao que costumava pregar quando militava nas oposições, Lula foi peremptório ao dizer que com 10% de imposto nenhum governo faz nada. A fala, aparentemente justa, vem recebendo críticas de setores que apreciam a questão com olhar técnico.
Lula compara nossa imoral taxa de impostos com a dos países mais desenvolvidos e chega à conclusão de que por aqui nossa cota de sacrifício é semelhante, não havendo, portanto, nenhum exagero nos quase 40%. Claro que algumas pessoas pagam muito mais.
Imposto não é invenção do Lula, do PT ou do FHC. Lá atrás, o Império Romano dominava os derrotados impondo-lhes o idioma e impostos escorchantes. Nesse aspecto, o Novo Testamento faz-lhe referência em pelo menos duas oportunidades. Numa delas, Jesus convida Zaqueu, odiado cobrador de impostos, para um jantar. Consta que, após isso, o sinistro anão teria devolvido aos contribuintes boa parte do arrecadado. Na outra, o Messias é instado a opinar sobre a obrigação de pagar impostos aos romanos; tergiversando, o Mestre manda os interlocutores confirmarem se é de César a esfinge da moeda, ao que conclui: “A César o que é de César”.
O fato é que o cabo eleitoral Lula, hoje carregando mala sem alça, com surrado discurso, não abre mão de impostos mesmo os aplicando em serviços de baixíssima qualidade. Temendo represálias, os contribuintes são encostados indefesos contra a parede. Para vergonha do órgão (Secretaria da Receita Federal), a própria estrutura presta-se como arma de perseguição aos críticos do governo, como foi o recente caso de varreduras de declarações de renda de alguns oficiais do exército, conforme denúncias da imprensa. Stalin não se sairia melhor.
O lógico seria que a grana arrecadada promovesse o bem-estar da coletividade. Sugiro até algumas coisas: educação e saúde de qualidade, não essas nojeiras que são oferecidas. Segurança, transportes coletivos etc, etc...
Mas o mais gostoso de tudo é ler na Gazeta que as Centrais Sindicais já receberam do governo Lula 228,3 milhões. Com a bufunfa, os sindicatos, em sinal de gratidão, dentre mil mimos inconfessáveis, patrocinam convenções partidárias e campanhas eleitorais dos companheiros
Em Maceió, segundo a mesma fonte, a prefeitura pensa investir milhões em um “Cofre-forte”. Nada contra, desde que antes saldasse os débitos com médicos, vencidos há um ano, com a presteza com que espera lhes sugar os impostos.

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