Depois de restrições ao meu
crédito, não sei se sou mais ou menos
infeliz por não ter partido político para bajular. Com certeza, sou menos patrulhado do que
muitos dos meus amigos que “amarelam” na hora de expor seus pontos de vista. Impiedosos
e sarcásticos com os adversários, viram cordeirinhos na hora de criticar publicamente os da sua “ideologia”, ainda
que o sujeito cometa as mais vis baixarias.
A propósito, nessa quinta-feira
assisti a uma espécie de documentário sobre Luis Carlos Prestes, o “Cavaleiro da
Esperança”. Dois filhos e mais algumas pessoas fizeram a apologia do líder
comunista. Discretas críticas sobre estratégias equivocadas do líder, mas tudo
muito leve. Segue-se à risca aquela velha cartilha de não abrir a guarda para
não dar combustível à hipócrita e decadente burguesia.
Não há como negar. Prestes
colocou seu Partido, o extinto PCB, e a União Soviética acima de todos os seus
interesses pessoais. Foi um abnegado. Acho que era pessoalmente corajoso. Se
era ou não homossexual, conforme insinuavam seus inimigos, essa condição parece
nunca ter interferido nas suas atitudes. Teve filhos. Nunca houve muitas
dúvidas acerca da paternidade da filha de Olga Benário, a terrorista alemã que
foi extraditada de forma arbitrária pela ditadura Vargas.
Em pelo menos duas oportunidades
o “Cavaleiro da Esperança” pisaria na bola. Numa delas, praticaria lamentável beija-mão a Getúlio Vargas, em histórico
comício em São Paulo. Além de implacável caçador de comunistas, a extradição de
Olga, pejada companheira, na minha visão de pequeno burguês, não recomendava
qualquer aproximação. Mas, o cara tinha estômago de avestruz. Enfim, eles se
mereciam.
A subserviência a Stalin era
comovente. Entre exílios voluntários e forçados, Prestes viveria extensos
períodos na União Soviética. Há quem garanta que era um engenheiro de excelsas
habilidades. Sem dúvidas, recebeu
treinamento em guerrilhas e outros que tais. Foi num desses exercícios que
teria conhecido a futura companheira, responsável pela perda da virgindade do
nosso herói, quando beirava os 40 anos.
Como dizia, Stalin, nos anos 50
do século passado, num Congresso do PC, foi formalmente responsabilizado pelo
extermínio de pelo menos 20 milhões de almas. O autor das revelações foi ninguém
menos que Nikita Krushev, o premier russo que ocupou o lugar do bigodudo ex-aliado
de Hitler.
É difícil imaginar que o
“Cavaleiro” desconhecesse essa barbárie.
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