(Texto censurado pela editoria da Gazeta de Alagoas - sem qualquer explicação).
O TSE, sob a presidência do
honrado ministro Dias Toffoli, um dos mais competentes juízes da Suprema Corte
(além de uma imparcialidade de fazer inveja à deusa da Justiça), decidiu criar regras
para esse segundo turno.
Ainda que carregue no seu esquálido
currículo vários anos de advocacia em prol do não menos honrado Partido dos
Trabalhadores (e uma reprovação em concurso público para juiz), Sua Excelência
teve o cuidado de tentar proteger a vida privada dos candidatos, poupando-os
de insultos pessoais, muitas vezes
caluniosos.
As opções sexuais, por exemplo,
têm sido, segundo consta, uma das maiores preocupações do jovem e honrado
ministro. Não há de se crer que ele tenha tentado esconder alguém dentro de
armários. Penso haver até um certo exagero na postura ministerial. É que evoluímos
tanto com o bolsa família que o País parece estar suficientemente maduro para
aceitar, sem problemas, que o candidato de sua escolha tenha preferências por
pessoas do mesmo gênero.
A propósito de opções sexuais, o
Festival de Cinema de Cannes, em 2013, premiou o polêmico O azul é a cor mais
quente, que aborda justamente esse tema. Ignoro o porquê desse filme não ter
tido grande repercussão no Brasil, sobretudo em Alagoas. A sala de cinema que o
Sesi mantém o exibiu algumas vezes, ainda assim não “decolou”.
O enredo foca o relacionamento de
uma jovem de 15 anos, Adéle, com Emma, uma universitária com madeixas azuladas,
estudante de Belas Artes. Mesmo na evoluída Paris, a ginasiana sofreria discriminação
grosseira no próprio ambiente escolar. Ao mesmo tempo em que tórridas cenas são
expostas em detalhes (e bote tórridas nisso), há uma preocupação de mostrar as
diferenças sociais e os anseios da sociedade.
As atrizes, muito bonitas, por
sinal, entregam-se completamente. Em pelo menos três oportunidades, a intensidade
das trocas amorosas tirariam o fôlego até de Santo Agostinho. Segundo as
atrizes, as pessoas dão muito importância a essas vulcânicas cenas (impossível
ignorá-las) e deixam de analisar outros aspectos, muitas vezes mais profundos e
instigantes.
Não sei exatamente qual a “moral”
que o filme encerra. Aliás, dispenso-me esmiuçar se obras de arte, produções
literárias e outras expressões da inteligência têm, necessariamente (como as
fábulas), de transmitir algo moralista. Ao contar uma boa história, o filme
cumpriu maravilhosamente o seu papel.
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