Do alto de sua sabedoria, o médico, agitador cultural e management da Casa da Palavra, Ricardo Nogueira, costuma repetir que os alagoanos tendem a valorizar mais os que vêm de fora, em detrimento da “prata da casa”. Nessas horas, relembro do meu fascínio de infância por um classificado de um dos jornais da terra, que justamente fazia referência a um médico – dr. Efimoff – conceituado especialista em febres, gagueiras, unha encravada e mijadas na cama, cuja informação final, consagradora, adicionava que era formado na Alemanha.
A propósito, esta semana recebi mais de uma dúzia de mensagens eletrônicas com o mesmo título: “Médicos”. O conteúdo é um texto publicado no jornal O Estado de São Paulo que versa sobre uma prova aplicada para validação de diplomas de médico obtidos em faculdades de medicina de outros países, particularmente da Argentina, Bolívia e Cuba.
O resultado não poderia ser mais catastrófico. Dos 228 que se submeteram ao teste, o índice de aprovação teria sido menor que 3 por cento – apenas dois candidatos obtiveram nota suficiente para exercer a profissão.
De repente, cursar uma faculdade de medicina sem vestibular torna-se uma opção viável para centenas de jovens, que por alguma razão não lograram êxito nas unidades nacionais. Estamos numa democracia e o sujeito tem esse direito, quer seja com o dinheiro dos pais ou até da viúva. O mínimo que o Brasil obriga-se a fazer é conferir os conhecimentos adquiridos.
O fato é que há uma lei que determina que os médicos formados fora do país prestem esse exame, uma espécie de conditio sine qua non será possível exercer de forma legal a arte de Hipócrates.
Todos sabem que na Argentina e na Bolívia as faculdades escolhidas são as pagas. Em Cuba, segundo o Estadão, o passaporte para estudar numa faculdade estatal é a “ideologia”. Desse modo, os protegidos do MST e de outras siglas do mesmo naipe arrebentam. O resultado pífio dos “cubanos” não deixa de ter o seu lado irônico e decepcionante. Talvez por isso, o governo petista considere a prova um exagero e queira acabar com essa prévia avaliação e validar todo diploma que venha de Cuba.
Mas que ninguém se engane. Algumas escolas médicas brasileiras estatais correm o risco de passar por iguais vexames. É que, por algum motivo, estão deixando de ensinar medicina. Hoje, privilegia-se o ensino da “Cidadania”. Sob essa óptica, disciplinas básicas como a Anatomia e outras são relegadas, contempladas com cargas horárias apenas simbólicas.
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