segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DIA DO MÉDICO: QUASE UM DESABAFO


DIA DO MÉDICO: QUASE UM DESABAFO
Por: » RONALD MENDONÇA – médico e membro da AAL.
A Clinica de Repouso Dr José Lopes de Mendonça, criada há 54 anos sem qualquer ajuda do poder público, foi desafiada a oferecer leitos de retaguarda para os pacientes do HGE. Tivemos conversas pessoais com o secretário Jorge Vilas Boas e auxiliares. Nossa adaptação começou no início deste ano e foi acompanhada pela Secretaria de Saúde do Estado através dos técnicos do órgão.

Concomitantemente, a direção da Clínica, exaurida por uma diária de R$ 30,00 , anunciou por escrito a decisão de diminuir a oferta de leitos psiquiátricos ao Sus. Chegamos no limite. Chega de humilhações.

Não existe nada de extraordinário nessa redução, uma vez que o próprio MS, no seu afã de trucidar os hospitais psiquiátricos do País, estabeleceu que aqueles que tenham um número menor de pacientes seriam contemplados com uma diária um pouco menos vil. Afinal são 40 mil loucos abandonados no país.

Se nada for feito, o próximo passo é fechar definitivamente o atendimento para a psiquiatria do SUS. Estamos jogando a toalha. Vocês da “ luta antimanicomial” podem comemorar. Alô, companheiro vereador, patrocinador da causa, abra uma vodka. Os doentes psiquiátricos do Sus certamente ficarão famosos ganhando as páginas policiais dos jornais. Vocês da “luta antimanicomial” se fingirão de mortos quando um esquizofrênico detonar a família. No entanto, vamos manter portas abertas para convênios e particulares.

Como dizia, desde janeiro de 2014 estamos em conversação. Vocacionados para assistência hospitalar, aceitamos o desafio de celebrarmos um convênio de clínica médica com o SUS. Reservamos uma fatia do hospital. Ficou bonita. Poucos hospitais de Alagoas podem se comparar ao que fizemos.

Ao mesmo tempo em que investíamos do próprio bolso, a Secretaria Municipal de Maceió recebia documentação dando conta de nossa decisão em reduzir nossa oferta de leitos. A Clínica Zé Lopes se dá o direito de não querer mais ser asfixiada. Afinal, o hospital é nosso e dele faremos o que quiser.

A proposta de ter leitos de retaguarda do HGE quer parecer interessante. O Hospital Santa Rosa e Clínica Zé Lopes são independentes. A secretária da saúde do município, inexplicavelmente, na contra-mão dos fatos e do bom senso, decide que não aceita essa redução. Quer nos forçar a ter prejuízo e ficar de bico calado. O que tem a secretária de saúde do município contra a Zé Lopes?

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