sábado, 19 de outubro de 2013

GLÓRIAS ESTÉREIS


 

RONALD MENDONÇA

MÉDICO E MEMBRO DA AAL

 

Alguém já disse que estatísticas no Brasil seriam como  biquínis: mostram tudo, mas escondem o essencial.

Se apenas um brasileiro tivesse morrido de fome já seria muito grave. A cifra de “dez milhões de mortes por inanição, em cinco anos, durante a ditadura militar (somente no Nordeste)”, circulou na internet como se verdade fosse. Amigos idôneos embarcaram nessa fantasia e “curtiram” ou “compartilharam”.

Em 1970, o “déspota de plantão” era o general Médici. Linha duríssima, a tortura dava no meio da canela. Segundo a ufanista canção Pra Frente Brasil, o País tinha 90 milhões de habitantes. O Nordeste abrigava de 20 a 25 milhões de almas.

Havia 8 milhões de esquistosomóticos, um tanto de tuberculosos, sifilíticos, palúdicos e chagásicos. Morria-se de febre tifoide, disenteria, diabetes, AVC, enfartes, anafilaxia, câncer, suicídio, assassinatos, tétano, de parto; havia natimortos; Morria-se também de acidentes, enfisema, hepatites, pneumonias, úlceras perfuradas, apendicites, embolias, raiva... Não se ouvia falar de dengue, cólera, Aids ou febre amarela. Não esquecer que a ditadura colaborou   com 500 óbitos. A guerrilha mais modestamente...

Aí o cara bota que10 milhões de nordestinos morreram por inanição? Tenha dó.

Depois de receber risadinha eletrônica como resposta à cobrança da fonte jornalística, caiu-me a ficha. Em antecipada campanha presidencial, o objetivo era “saber” o que faziam, em 1968, os futuros supostos adversários de Madame Roussef quando ela – armada até os dentes -  atendia por Estela e organizava assaltos e sequestros. Sonhava, enfim,  implantar uma ditadura comunista.

Segundo se soube, o recém- nascido Eduardo Campos mamava. Neves, com 8 anos brincava de esconde-esconde, enquanto Marina, pré-adolescente,  na Amazônia, como uma Jane tropical, pegava cipós. Zé Serra foi crucificado por estar no Chile; e FHC execrado por dar aulas na Sorbonne.

Foi quando perguntei o que fez Estela, digo, Dilma, depois que saiu dos porões. Voltou à luta armada? Acho que não. Tudo indica que concluiu o curso superior, bem quietinha, como qualquer detestável burguesinha. Depois, fez mestrado e doutorado de araque e entrou no PDT do Brizola...

Interessa-me esclarecer se, de fato, o Zé Genoíno entregou os colegas guerrilheiros do Araguaia. Delação, aliás, que eu próprio não acredito. Sou curioso: afinal, quando  escondeu o bigodão mexicano debaixo da saia de uma paranaense, Zé Dirceu amarelou ou seguia conselhos de tio Fidel?

 

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