JUAN
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL
Não foi sem entusiasmo que
assisti à parte do humorístico na TV em que pândegos revezaram-se em falas
ufanísticas. Até Lula deu o ar da graça. Nosso guru é impagável. Embora
desmemoriado, logo vê-se que a doença
não alterou sua visão. Leu o texto hilário direitinho, quase sem gaguejar.
Há controvérsias se o bolsa família (que um
dia ele próprio comparou ao “espelhinho de Cabral tapeando os índios”) seria como
bolo: “quanto mais se bate, mais ele cresce”. O papador das viuvinhas dos
sindicalistas blefa. O “BF” cresce quando D. Dilma tem sua gestão rejeitada
segundo as pesquisas de opinião. Aí alguém cochicha para ela ampliar os
beneficiários. No outro dia seu nome sai bombando.
Hoje em quase lua de mel, ainda
ontem nossa Dilma mastigava jiló. Uma longa e vergonhosa vaia a saudaria,
diante do presidente da FIFA, um boquirroto de carteirinha. O mundo todo
comover-se-ia com o ar tristinho de madame. Povo ingrato que não respeita uma
lady. Com certeza, as vaias tinham o patrocínio do capital estrangeiro e o
apoio da imprensa hegemônica e golpista. Acuada e traumatizada, madame passaria
a ter pânico de conglomerados humanos. Graças a Deus voltou a sorrir.
Em meio à alacridade, o coração inquieta-se.
Cadê os meus ídolos? Onde andará meu guerrilheiro predileto Zé Dirceu, o Zé Paraná?
Imagino sua decepção, naquela apartamento insalubre da Higienópolis. Que foi
feito de Genoíno, meu eterno presidente, um homem acima de qualquer suspeita? E
o doce Silvinho Land Rover? E o bom Delúbio, o tesoureiro-mor? São muitas lembranças...
Como diz a assessora sexual, Rose, a fila anda.
O competente ministro da Saúde também teve momentos de Tony Ramos. Uma coisa
linda! Ali, juntinho de uma anciã, jurando que, agora sim, ela teria digna assistência
com os amáveis cubanos. Nunca esquecer: bolsa família e Mais Médicos são os
cavalos de batalha do governo.
O fato é que o País mudou desde
que Juan, o iluminado imigrante cubano, aqui desembarcou. Aliás, justíssima
homenagem, como desagravo, lhe foi prestada por madame Dilma. A medicina tupiniquim
tem novo marco: antes e depois de Juan. Manancial inesgotável de conhecimentos,
sussurra-se até que fora sondado para contribuir com o Sírio Libanês, como
assistente do Dr. Kalil, o médico meio-campo
das estrelas. Juan faria o rapapé com a
rafameia: Aurélio Top-Top, Rui Falcão, Lobão, dentre outros.