A INSUSPEITA OBRA DE DEUS
Ronald Mendonça
Médico e membro da AAL
A polêmica e nem tão auspiciosa
entrada de médicos (seriam médicos mesmo?) estrangeiros no país – antes de
qualquer coisa - preenche nostálgica lacuna nos sensíveis corações das nossas esquerdas.
Com efeito, a tentativa de cubanização do Brasil teve seus momentos de grande
entusiasmo desde a epopeia dos guerrilheiros de Sierra Maestra, no final dos
anos 50 da passada centúria. Antes disso, não esqueçamos, a velha esquerda
sonhava com a moscovitação, transformado em insuportável pesadelo depois que o premier russo Nikita Krushev escancarou
as atrocidades praticadas por Lenin, Stalin, Beria, dentre outros.
Como queria dizer, durante décadas, em versos e prosas, cantava-se a medicina cubana.
Nem Virgílio, nem Ovídio, muito menos Camões seriam capazes de relatar os
feitos homéricos de tão virtuoso sistema de saúde. Pouco a pouco, a máscara
cairia. Houve um momento em que o plus era a dermatologia, mais especificamente,
uma substância que estimularia a
repigmentação cutânea, nos casos de vitiligo. Tudo indica que não passava de uma
tremenda enganação.
A propósito, a tragicomédia da
excelência da medicina cubana teve seu fastígio com a “alta” do tiranete Hugo
Chaves. Em meio às comemorações pelo retorno do moribundo, coincidentemente, o papa Bento XVI surpreendia o mundo. Alegando doença, despediu-se do papado.
O cego ufanismo dos companheiros, escudados na “cura” de H. Chaves, serviriam para tripudiar
o religioso, ao recomendar a S.Santidade tratamento em Cuba...
“Para que chorar o que passou, lamentar
perdidas ilusões... Se o ideal que sempre nos acalentou, renascerá em outros
corações?” Ainda sem conseguir chegar ao sonhado paraíso comunista, estamos a
meio caminho. Sucessora do mais ético
dos brasileiros, no comando do País há uma lady que, segundo o coronel
Brilhante Ustra, era uma perigosa terrorista comunista de carteirinha. Nesse
aspecto, a metamorfose de D. Dilma é a prova inconteste da presença de Deus
obrando na criatura.
A grande e irrefutável verdade é que hoje é palpável o sonho de
consumo dos sindicalistas dos anos 80. Órfãos
da Albânia, cheios das coisas em bares
temáticos, inspirados no duro e terno Che Guevara, anteviam uma Cuba
brasileira.
Enfim, a ilha caribenha aportou. Os arremedos
de médicos aí estão para aprimorar o SUS. Não duvidem, em breve vomitarão
lições de cidadania nas universidades federais.