É preocupante a situação de penúria do Hospital dos Usineiros. Instituição tradicional de Alagoas, com uma estrutura física invejável e um corpo clínico competente, suas dificuldades atuais têm contornos de tragédia.
Com um histórico de ter pertencido à poderosa classe da indústria do açúcar e de ter sido dirigido anos a fio pelo lendário Ib Gatto Falcão, o Gigante das Alagoas, a inadimplência não deixa de ter o seu lado irônico.
Não conheço detalhes da intimidade da crise que se abateu sobre o imponente hospital, apenas rumores, comentários sussurrados à socapa nos corredores de outros hospitais e divulgação de dados pela imprensa. Ouve-se falar em dívidas alpinas, talvez até impagáveis neste século.
Há quem diga que tudo isso é reflexo da atual crise cíclica do capitalismo, iniciada nos Estados Unidos há alguns anos, tsunami que está afundando, numa espécie de efeito dominó, as economias do continente europeu. A anunciada bancarrota mundial seria o início da grande virada para a vitória definitiva do comunismo. Afinal, como ficou provado na prática, o melhor regime do mundo.
Mas enquanto a redentora ordem mundial não chega, eis que o pobre Hospital dos Usineiros, de tantas glórias pretéritas, de inumeráveis serviços prestados à população, estaria com suas veias abertas, rasgadas pela ambição desmedida, pelos desmandos do selvagem capital internacional.
Não acredito nessa teoria mirabolante. Prefiro crer que a agonia dos Usineiros atende em boa parte por uma pequena sigla conhecida por SUS. Aqui mesmo nessa coluna, tenho denunciado, em diversas ocasiões, esse instrumento de propaganda de um governo farisaico. Já se disse até que o SUS era o maior plano de saúde pública do mundo; e que estaria à beira da perfeição.
A grande verdade é que todos os hospitais que trabalham para o estado vivem situação parecida. Fora outras barbaridades, imaginem se um hospital pode sobreviver com uma diária em torno de vinte reais. Hoje quem dá suporte aos doentes do SUS são os pacientes conveniados e os raros particulares.
Em Maceió, a situação tornou-se ainda mais caótica. Em gestão anterior, no próprio governo do Cícero Almeida, um catastrófico secretário de saúde do município passaria meses sem repassar para os hospitais o minguado dinheirinho. Foi eleito o coveiro da saúde.
Além disso, todos sabem, a verba grossa da nação está destinada a obras superfaturadas, a encher os bolsos de empreiteiras e intermediários. E a saúde que se lixe
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