*Em meio às evidências de mais uma pilantragem do governo que “não rouba nem deixa roubar” – desta vez no Ministério dos Transportes –, uma pequena notícia vinda da China desperta a atenção: a ponte mais extensa do mundo sobre o mar acaba de ser inaugurada. Tem quase 40 quilômetros e sua construção custou cerca de quatro bilhões de reais, em números redondos. O quilômetro devorou perto de 100 milhões de reais. Enquanto isso, em Porto Alegre, um quilômetro de ponte construído sobre o rio Guaíba, teria consumido valores em torno de 300 milhões.
Segundo a imprensa golpista e rancorosa, o ministério dirigido pelo aliado Alfredo Nascimento seria um antro de prevaricações, concussões, formação de quadrilha e mais uma penca de termos jurídicos-policiais que fazem a alegria de bancas advocatícias. Aliás, o nobre senador Nascimento integra o espólio de Lula. É uma espécie de pedágio no novo governo, pelo esforço para eleger a afilhada. Alfredinho seria uma das reservas morais do PR, partido que facilita a governabilidade de Dilma.
O fato é que não há novidades nessas falcatruas. São obras superfaturadas, preços arbitrariamente reajustados, pagamento de propinas a funcionários, aos partidos e aos políticos, favorecimento de familiares e, como natural consequência, o enriquecimento súbito e inexplicável. No caso específico, o filho de Alfredinho teria aumentado o patrimônio em quase cem mil por cento!
Celeiro de homens honestos, recuso-me a acreditar que em algum momento tenha havido obras superfaturadas em Alagoas. Nesse aspecto, recordo da construção do Aeroporto Internacional que, por conta de incoercível inflação, teria seu preço final inflado cerca de três vezes do valor inicial. As más línguas insinuariam aquisição de bois, terras e apartamentos na orla da Ponta Verde, na Barra de São Miguel... Hoje, a curiosidade é saber em quanto anda o metro de construção da Ponte Divaldo Suruagy. Se em preço de China ou de Guaíba.
Interrompo os comentários e reflito que a medicina de Alagoas perdeu esta semana um dos seus grandes expoentes. Decano da cirurgia proctológica de Alagoas, um dos médicos mais antigos da Santa Casa e companheiro da Academia de Medicina, Hélio Medeiros da Cunha teve uma vida profissional exuberante. Afável, aos 73 anos operava com a disposição de um recém formado e a cancha de meio século de sala de cirurgia.
Sempre atualizado, foi um exemplo de fidelidade à profissão e aos colegas. Sua falta será sentida.
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