Leio nas folhas que as empreiteiras querem reajustar valores para obras públicas. Com a competência dos grandes lobistas, certamente conseguirão atingir seus objetivos. À boca larga, há um claro entendimento da participação de parlamentares nessas reivindicações, nem sempre movidas por espírito patriótico. Explicando melhor: nobres parlamentares não passariam de lobistas de empreiteiras de olho em gordas comissões. Muitos deles seriam esforçados sócios de construtoras. De qualquer forma, visam o enriquecimento pessoal/familiar. É possível que aí resida o “segredo” do sucesso financeiro de tantos e tantos legisladores País afora.
Às portas de uma Copa do Mundo, com obras gigantescas em atraso, as empreiteiras e seus influentes lobistas, mais do que nunca, “dão as cartas e jogam de mão”, como se dizia antigamente. Existem obras ainda no papel e já se fala em majoração de preços – como é o caso do trem-bala de São Paulo. Uma mina de diamantes. A transposição do São Francisco é outra boquinha maravilhosa...
Mas o que seria do Brasil sem esses fantásticos lobistas e o apadrinhamento de parlamentares? Com certeza se os preços das obras fossem justos, um centímetro de asfalto não seria construído. Em vez de arrojadas pontes, prosaicas pinguelas. Nos nossos aeroportos, mal e porcamente, só pousariam urubus e teco-tecos.
Reflito sobre esse modelo perverso de liberação de verbas do governo ao conviver “diuturnamente e noturnamente” (singular construção da presidenta, embaralhando significados) com esses bichinhos conhecidos como bactérias.
Hoje, a grande estrela-vilã é o Acinetobacter baumannii "turbinado", microorganismo de distribuição universal, que tem causado grande estrago nos hospitais brasileiros. Em Alagoas, particularmente em UTIs de Maceió, nos últimos meses seu nome tem sido sussurrado em voz baixa, auricular. Com efeito, olha-se para os lados antes de cochichar-se entre paredes: “é a ‘bactéria’ ”. Quase uma condenação.
O fato é que a criatura agiganta-se em ambientes propícios: pacientes com imunidade comprometida e imundície. Há anos, nosso HGE vive a tragédia da superpopulação humana. Para completar o drama, o SUS local trata com flagrante desigualdade (privilegiando algumas unidades) a rede conveniada, dificultando ainda mais a transferência dos doentes.
Por fim, fica claro que se a Saúde tivesse a força do lobby das empreiteiras, diretores do HGE e do Hospital Universitário não estariam, ingloriamente, trocando farpas através da imprensa.
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