Do alto de sua sabedoria, o médico, agitador cultural e management da Casa da Palavra, Ricardo Nogueira, costuma repetir que os alagoanos tendem a valorizar mais os que vêm de fora, em detrimento da “prata da casa”. Nessas horas, relembro do meu fascínio de infância por um classificado de um dos jornais da terra, que justamente fazia referência a um médico – dr. Efimoff – conceituado especialista em febres, gagueiras, unha encravada e mijadas na cama, cuja informação final, consagradora, adicionava que era formado na Alemanha.
A propósito, esta semana recebi mais de uma dúzia de mensagens eletrônicas com o mesmo título: “Médicos”. O conteúdo é um texto publicado no jornal O Estado de São Paulo que versa sobre uma prova aplicada para validação de diplomas de médico obtidos em faculdades de medicina de outros países, particularmente da Argentina, Bolívia e Cuba.
O resultado não poderia ser mais catastrófico. Dos 228 que se submeteram ao teste, o índice de aprovação teria sido menor que 3 por cento – apenas dois candidatos obtiveram nota suficiente para exercer a profissão.
De repente, cursar uma faculdade de medicina sem vestibular torna-se uma opção viável para centenas de jovens, que por alguma razão não lograram êxito nas unidades nacionais. Estamos numa democracia e o sujeito tem esse direito, quer seja com o dinheiro dos pais ou até da viúva. O mínimo que o Brasil obriga-se a fazer é conferir os conhecimentos adquiridos.
O fato é que há uma lei que determina que os médicos formados fora do país prestem esse exame, uma espécie de conditio sine qua non será possível exercer de forma legal a arte de Hipócrates.
Todos sabem que na Argentina e na Bolívia as faculdades escolhidas são as pagas. Em Cuba, segundo o Estadão, o passaporte para estudar numa faculdade estatal é a “ideologia”. Desse modo, os protegidos do MST e de outras siglas do mesmo naipe arrebentam. O resultado pífio dos “cubanos” não deixa de ter o seu lado irônico e decepcionante. Talvez por isso, o governo petista considere a prova um exagero e queira acabar com essa prévia avaliação e validar todo diploma que venha de Cuba.
Mas que ninguém se engane. Algumas escolas médicas brasileiras estatais correm o risco de passar por iguais vexames. É que, por algum motivo, estão deixando de ensinar medicina. Hoje, privilegia-se o ensino da “Cidadania”. Sob essa óptica, disciplinas básicas como a Anatomia e outras são relegadas, contempladas com cargas horárias apenas simbólicas.
domingo, 30 de janeiro de 2011
A IRRESISTÍVEL VONTADE DE DEUS
Contribuinte da Previdência oficial desde 1966, há uns três anos concluí que já havia descontado para o INSS durante tempo suficiente para requerer a aposentadoria, como autônomo. Pude testar na carne a “eficiência” do propalado sistema previdenciário. Meses se passaram até, finalmente, receber o veredicto de que meus documentos, apesar de originais e fartos, não agradaram aos abnegados funcionários do órgão, o que me obrigou a entrar na Justiça. Aguardo o desfecho. Se o bom Deus ajudar a esse pobre bebedourense, terei uma renda de cerca de três mil reais mensais. Depois de 44 anos de contribuição, até que não está tão ruim.
Um colega mais velho teve mais sorte: sua aposentadoria – como autônomo – de igual valor tem sido paga, a bem da verdade, com rigorosa assiduidade. Por sinal, um colega diferenciado que, para garantir o leite dos netinhos, esparge sua ciência e arte, submetendo-se a salários de fome pagos por essas prefeiturinhas corruptas, em massacrantes viagens interior afora.
Vivendo nessa expectativa, com o rosto sulcado pelo arado do tempo – como diria Herculano, não é por caso que tenho me mantido ligado nos comentários sobre aposentadorias milionárias de ex-governadores e quejandos.
Dispenso-me da obrigação de achar justo, legal, imoral ou nefasto. Pouco entendo de leis, sobretudo das de Deus e muito menos das dos homens. Posso dizer que esses caras são abençoados pelo Divino; nasceram com a Estrela de Davi na testa, enquanto a maioria tem a estrela escondida em certo lugar que se apaga todas as vezes em que se senta.
Não nego. Estou consumido pela inveja. Gostaria de estar na pele do franciscano gaúcho Pedro Simon, censor dos maus costumes, que só de atrasados vai morder quase dois milhões. E por que não ser o paranaense Álvaro Dias, outro cara sério que, com quatro anos de mandato, foi tocado pela fada madrinha e vai dobrar seu patrimônio declarado.
Reflito sobre o meu passado. Vejo-me jovem caminhando, bem comportado, para a velha Faculdade de Medicina da Praça Afrânio Jorge para assistir às aulas do dr. Gastão, do dr. Pedro Reys, dr. Aristeu Lopes... Sonhava apenas em ser um bom médico.Poderia ter sido mais ousado e entrar num grupo disposto a cuspir nas botas dos milicos e empurrar uma ditadura comunista. Iria sofrer uns tempos, mas seria um investimento premiado. Com certeza, hoje teria uma gordurosa aposentadoria para queimar, como os familiares do nobre general Lamarca, um homem de bem, honra e glória do socialismo nacional. Com um pouco mais de sorte, chegaria à presidência da República.
Um colega mais velho teve mais sorte: sua aposentadoria – como autônomo – de igual valor tem sido paga, a bem da verdade, com rigorosa assiduidade. Por sinal, um colega diferenciado que, para garantir o leite dos netinhos, esparge sua ciência e arte, submetendo-se a salários de fome pagos por essas prefeiturinhas corruptas, em massacrantes viagens interior afora.
Vivendo nessa expectativa, com o rosto sulcado pelo arado do tempo – como diria Herculano, não é por caso que tenho me mantido ligado nos comentários sobre aposentadorias milionárias de ex-governadores e quejandos.
Dispenso-me da obrigação de achar justo, legal, imoral ou nefasto. Pouco entendo de leis, sobretudo das de Deus e muito menos das dos homens. Posso dizer que esses caras são abençoados pelo Divino; nasceram com a Estrela de Davi na testa, enquanto a maioria tem a estrela escondida em certo lugar que se apaga todas as vezes em que se senta.
Não nego. Estou consumido pela inveja. Gostaria de estar na pele do franciscano gaúcho Pedro Simon, censor dos maus costumes, que só de atrasados vai morder quase dois milhões. E por que não ser o paranaense Álvaro Dias, outro cara sério que, com quatro anos de mandato, foi tocado pela fada madrinha e vai dobrar seu patrimônio declarado.
Reflito sobre o meu passado. Vejo-me jovem caminhando, bem comportado, para a velha Faculdade de Medicina da Praça Afrânio Jorge para assistir às aulas do dr. Gastão, do dr. Pedro Reys, dr. Aristeu Lopes... Sonhava apenas em ser um bom médico.Poderia ter sido mais ousado e entrar num grupo disposto a cuspir nas botas dos milicos e empurrar uma ditadura comunista. Iria sofrer uns tempos, mas seria um investimento premiado. Com certeza, hoje teria uma gordurosa aposentadoria para queimar, como os familiares do nobre general Lamarca, um homem de bem, honra e glória do socialismo nacional. Com um pouco mais de sorte, chegaria à presidência da República.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
HONORÁRIOS AVÓS
Avô de dois netos, Caio e Maria Clara, costumo me enternecer com histórias de avós e avôs. Com tanto carinho por essas figuras, o destino pregou-me uma peça imperdoável: não conheci meus avós masculinos. Em compensação, tive uma convivência frutuosa com as avós. Uma delas, a Vó Docinha, foi decisiva na minha educação. A ela atribuo a aquisição da leitura e a habilidade de realizar com desembaraço as quatro operações aritméticas, antes dos seis anos de idade. Com vovó Moreninha o convívio foi mais longo. Praticamente morreu em meus braços, eu adulto e médico, tentando, in extremis, reanimá-la com desesperada e inútil “ boca à boca”.
Monteiro Lobato, com a sua imortal D. Benta, (a Vó Benta) conseguiu juntar em uma só personagem a dona de casa, a mãe-avó de crianças, além de grande contadora de histórias, uma aventureira disposta a mergulhar de corpo e mente nas fantasias mitológicas dos netos e agregados.
O coronel José Paulino, avô do órfão Carlinhos, de Menino de Engenho, do paraibano José Lins do Rêgo, foi outro que saltou das páginas da ficção para preencher o “vazio de avô” da minha infância e adolescência.
Na vida real conheci senhores e senhoras maduros que assumiram a função de pais atentos, criando filhos de filhos, sem abrir mão da condição de avós. Também testemunhei emocionadas provas de gratidão e ternura de netos sendo acompanhados em cerimônias de formaturas e casamentos por orgulhosos idosos (alguns de bengala e/ou cadeira de rodas).
“A natureza imita a arte”, teria dito Oscar Wilde. Nossos homens públicos têm dado exemplo de incoercível afeto por seus netinhos. Cito três grandes líderes com esse invejável perfil: José Sarney, Paulo Salim Maluf e Luiz Inácio Lula da Silva.
O honorável Sarney, como a imprensa já noticiou, pôs o Senado da República à disposição de sua netinha querida, amparando o namoradinho da menina. Maluf, durante pretérita campanha para prefeito, sonhava em fazer uma administração voltada para os netos, a exemplo das anteriores dedicadas à família, em especial ao filho Flávio. Já o nosso estimado Lula, cujo pimpolho Lulinha é o Bill Gates brasileiro, transformou seu netinho de 14 anos praticamente num diplomata do Itamaraty.
Um novo Rio Branco, certamente, está a caminho. Quem sabe um Rui Barbosa ou um Osvaldo Aranha. Lulinha Neto, aos 14 anos (assim como dois titios), supostamente ao arrepio da lei, tem passaporte diplomático especial, privilégio reservado a titulares de ministérios e outros figurões. Nada como um bom avô.
Monteiro Lobato, com a sua imortal D. Benta, (a Vó Benta) conseguiu juntar em uma só personagem a dona de casa, a mãe-avó de crianças, além de grande contadora de histórias, uma aventureira disposta a mergulhar de corpo e mente nas fantasias mitológicas dos netos e agregados.
O coronel José Paulino, avô do órfão Carlinhos, de Menino de Engenho, do paraibano José Lins do Rêgo, foi outro que saltou das páginas da ficção para preencher o “vazio de avô” da minha infância e adolescência.
Na vida real conheci senhores e senhoras maduros que assumiram a função de pais atentos, criando filhos de filhos, sem abrir mão da condição de avós. Também testemunhei emocionadas provas de gratidão e ternura de netos sendo acompanhados em cerimônias de formaturas e casamentos por orgulhosos idosos (alguns de bengala e/ou cadeira de rodas).
“A natureza imita a arte”, teria dito Oscar Wilde. Nossos homens públicos têm dado exemplo de incoercível afeto por seus netinhos. Cito três grandes líderes com esse invejável perfil: José Sarney, Paulo Salim Maluf e Luiz Inácio Lula da Silva.
O honorável Sarney, como a imprensa já noticiou, pôs o Senado da República à disposição de sua netinha querida, amparando o namoradinho da menina. Maluf, durante pretérita campanha para prefeito, sonhava em fazer uma administração voltada para os netos, a exemplo das anteriores dedicadas à família, em especial ao filho Flávio. Já o nosso estimado Lula, cujo pimpolho Lulinha é o Bill Gates brasileiro, transformou seu netinho de 14 anos praticamente num diplomata do Itamaraty.
Um novo Rio Branco, certamente, está a caminho. Quem sabe um Rui Barbosa ou um Osvaldo Aranha. Lulinha Neto, aos 14 anos (assim como dois titios), supostamente ao arrepio da lei, tem passaporte diplomático especial, privilégio reservado a titulares de ministérios e outros figurões. Nada como um bom avô.
TURISMO E PESADELO
Há quem diga que a morte precoce de Nestor Kirchner teria deixado dupla viuvez na presidente Cristina, sua esposa: civil, como marido, e política, como sustentáculo e orientador. Nesse aspecto, o ex-presidente Lula exercerá, em parte, papel idêntico ao do falecido colega argentino.
Sim, porque nem o mais profundo bajulador pode esquecer que a pessoa que hoje assume a presidência do Brasil é uma grande desconhecida do povo. Sua única garantia, além da Constituição (que seu padrinho negou-se a assinar) é o próprio Lula.
O fato é que a Argentina e Cristina Kirchner vivem situações delicadas. Há um presságio de dificuldades internacionais. Internamente, a despeito da maciça propaganda, a presidente, depressiva, saudosa e desamparada, tem que administrar um país violento e corrupto. A glória insiste em manter prudente distância dos soberbos portenhos.
A mitologia os cerca desde sempre. Assim como a tragédia. Historiadores e curiosos apontam Gardel, Guevara, Evita, o próprio Perón, dentre outros de menor calibre, os ídolos que ocupam o imaginário popular dos vizinhos.
Mãe dos “descamisados”, parece que o fantasma de Evita tem atravessado as gerações incólume. Mais que isso, há indícios de crescente influência, cuja memória é utilizada indistintamente por grupos que vão da direita mais exaltada à esquerda mais radical. É claro que o lado Evita que estimulava eliminação física ou moral dos testículos dos adversários nunca vem à tona.
Não é de hoje que a compaixão ronda a lenda viva Diego Maradona. Como tantos outros ídolos esportivos, emaranhou-se nas drogas pesadas, dissabor que se agrava pelo comportamento querelante e pelo irresistível pendor narcísico, exibicionista. Agora mesmo, troca farpa com colegas do selecionado argentino. Eles se engalfinham para saber quem cheira mais ou menos pó.
Mas a Argentina quer ser mais que seus ídolos, sua carne e seus trigais. Pedaço de chão privilegiado pela natureza, não é de hoje que atrai visitantes do mundo inteiro, principalmente brasileiros. Infelizmente, a rede turística está contaminada. Ir a Buenos Aires hoje é um salto no escuro. Com efeito, companhias turísticas irresponsáveis, que operam em Maceió, mantêm em seus quadros quadrilhas de guias e motoristas especializadas em sumiços de malas, transformando lazer num inesquecível pesadelo. Com tudo caro, em vez de show de tangos, os turistas acabam humilhados, perdendo horas em delegacias, prestando queixas a arrogantes policiais.
Sim, porque nem o mais profundo bajulador pode esquecer que a pessoa que hoje assume a presidência do Brasil é uma grande desconhecida do povo. Sua única garantia, além da Constituição (que seu padrinho negou-se a assinar) é o próprio Lula.
O fato é que a Argentina e Cristina Kirchner vivem situações delicadas. Há um presságio de dificuldades internacionais. Internamente, a despeito da maciça propaganda, a presidente, depressiva, saudosa e desamparada, tem que administrar um país violento e corrupto. A glória insiste em manter prudente distância dos soberbos portenhos.
A mitologia os cerca desde sempre. Assim como a tragédia. Historiadores e curiosos apontam Gardel, Guevara, Evita, o próprio Perón, dentre outros de menor calibre, os ídolos que ocupam o imaginário popular dos vizinhos.
Mãe dos “descamisados”, parece que o fantasma de Evita tem atravessado as gerações incólume. Mais que isso, há indícios de crescente influência, cuja memória é utilizada indistintamente por grupos que vão da direita mais exaltada à esquerda mais radical. É claro que o lado Evita que estimulava eliminação física ou moral dos testículos dos adversários nunca vem à tona.
Não é de hoje que a compaixão ronda a lenda viva Diego Maradona. Como tantos outros ídolos esportivos, emaranhou-se nas drogas pesadas, dissabor que se agrava pelo comportamento querelante e pelo irresistível pendor narcísico, exibicionista. Agora mesmo, troca farpa com colegas do selecionado argentino. Eles se engalfinham para saber quem cheira mais ou menos pó.
Mas a Argentina quer ser mais que seus ídolos, sua carne e seus trigais. Pedaço de chão privilegiado pela natureza, não é de hoje que atrai visitantes do mundo inteiro, principalmente brasileiros. Infelizmente, a rede turística está contaminada. Ir a Buenos Aires hoje é um salto no escuro. Com efeito, companhias turísticas irresponsáveis, que operam em Maceió, mantêm em seus quadros quadrilhas de guias e motoristas especializadas em sumiços de malas, transformando lazer num inesquecível pesadelo. Com tudo caro, em vez de show de tangos, os turistas acabam humilhados, perdendo horas em delegacias, prestando queixas a arrogantes policiais.
E LULA CRIOU O BRASIL
Agradeço aos céus poder participar deste momento ímpar da vida pública brasileira. Como nunca neste país, um presidente está nos estertores do seu mandato e vai entregar a faixa presidencial. Uma coisa espantosa. Ainda mais pelo fato de o sucessor ser uma mulher criada em laboratório, desconhecida da população, não obstante eleita por confortável margem de votos.
Como se sabe, há apenas oito anos Lula e seus companheiros encontraram o país destroçado. Era o caos. Greves sucessivas paralisavam as atividades produtivas. Não havia alimentos. A imprensa, hegemônica e burguesa, destilava ódio e pregava o golpe. Energia elétrica e automóveis eram cabelos de freira.
Eis que se fez a luz. Nunca mais nesse país houve corrupção. O povo analfabeto e doente passou a freqüentar escolas e postos de saúde. Dona Dilma aproveitou e fez mestrado e doutorado. O sistema bancário foi fundado e os lucros divididos com a população. Vieram as indústrias automobilísticas e a prospecção do petróleo teve início. Na verdade, até então nem petróleo existia.
Deu-se o milagre. Na Amazônia, houve o crescimento da floresta, onde antes era um deserto. No Maranhão, eclodiria o clã dos Sarney, um dos sustentáculos morais do governo, além de Romero Jucá, Barbalho, Dirceu e outros tantos. Devemos à genialidade de Lula Júnior, o nosso Bill Gates, os avanços nas comunicações.
A Vale do Rio Doce é outra da lavra do novo criador. Num passe de mágica, Eike Batista tornar-se-ia sumo pontífice do ramo. E foi então que Lula criou a Luma, para que o homem não ficasse só. Deixaria para o final suas obras primas: Erenice e Dilma, dois orgulhos do gênero.
Oito anos antes, não tínhamos moeda. Ironicamente, o próprio Lula e seu partido não haviam reconhecido o Real, unidade monetária inventada pelo antecessor. Também não havia Constituição, posto que o novo messias se recusara a assiná-la, tempos atrás. Mas isso não foi problema. Assim que assumiu, o ex-operário providenciou uma Carta Magna e um sistema monetário, cuja moeda, coincidentemente, seria chamada de Real.
Um dos fatos mais marcantes do período foi a “eliminação” da pobreza e da fome com o programa “Bolsa Família”. Herança dos “inoperantes governos anteriores” sob a denominação de “Bolsa Escola”, nosso herói superou-se. Numa das analogias mais eruditas o chamou de “espelhinho do colonizador”, além de denunciá-lo como eleitoreiro e demagógico.
Papai Noel existe. Feliz Natal a todos.
Como se sabe, há apenas oito anos Lula e seus companheiros encontraram o país destroçado. Era o caos. Greves sucessivas paralisavam as atividades produtivas. Não havia alimentos. A imprensa, hegemônica e burguesa, destilava ódio e pregava o golpe. Energia elétrica e automóveis eram cabelos de freira.
Eis que se fez a luz. Nunca mais nesse país houve corrupção. O povo analfabeto e doente passou a freqüentar escolas e postos de saúde. Dona Dilma aproveitou e fez mestrado e doutorado. O sistema bancário foi fundado e os lucros divididos com a população. Vieram as indústrias automobilísticas e a prospecção do petróleo teve início. Na verdade, até então nem petróleo existia.
Deu-se o milagre. Na Amazônia, houve o crescimento da floresta, onde antes era um deserto. No Maranhão, eclodiria o clã dos Sarney, um dos sustentáculos morais do governo, além de Romero Jucá, Barbalho, Dirceu e outros tantos. Devemos à genialidade de Lula Júnior, o nosso Bill Gates, os avanços nas comunicações.
A Vale do Rio Doce é outra da lavra do novo criador. Num passe de mágica, Eike Batista tornar-se-ia sumo pontífice do ramo. E foi então que Lula criou a Luma, para que o homem não ficasse só. Deixaria para o final suas obras primas: Erenice e Dilma, dois orgulhos do gênero.
Oito anos antes, não tínhamos moeda. Ironicamente, o próprio Lula e seu partido não haviam reconhecido o Real, unidade monetária inventada pelo antecessor. Também não havia Constituição, posto que o novo messias se recusara a assiná-la, tempos atrás. Mas isso não foi problema. Assim que assumiu, o ex-operário providenciou uma Carta Magna e um sistema monetário, cuja moeda, coincidentemente, seria chamada de Real.
Um dos fatos mais marcantes do período foi a “eliminação” da pobreza e da fome com o programa “Bolsa Família”. Herança dos “inoperantes governos anteriores” sob a denominação de “Bolsa Escola”, nosso herói superou-se. Numa das analogias mais eruditas o chamou de “espelhinho do colonizador”, além de denunciá-lo como eleitoreiro e demagógico.
Papai Noel existe. Feliz Natal a todos.
domingo, 9 de janeiro de 2011
ELE EXISTE!
Embora o domínio seja o de Papai Noel, a Igreja Católica, desde que eu me entendo de gente, bate na tecla do Natal como a comemoração do nascimento de Jesus. Na concepção cristã, aquela criança nascida numa estrebaria de Belém, seria ninguém menos que o próprio Criador, gestação que teria seu início anunciado nove meses antes, à própria mãe, por uma figura que habitaria os céus: o Arcanjo Gabriel. Este ano não tem sido diferente. Padres, bispos, cardeais, leigos católicos e até o papa têm se devotado a mais uma vez criticar o consumismo que cerca o Natal, centrado apenas na figura do “bom velhinho”.
Uma das minhas lembranças prediletas do Natal da minha infância caminha para uma manjedoura que duas piedosas vizinhas, as irmãs Olímpia e Bulú, minuciosamente construíam. Já falei sobre ela: havia a família (Maria, o resignado e solícito José e a criança). Em volta, os bichos de sempre (bois, ovelhas, galinhas, cachorros).
Para provar a transcendência do momento, miniaturas de leões, tigres e elefantes também lá estavam em submissa atitude, convivendo em fraterna harmonia. Para completar, imagens de Getúlio Vargas e Padre Cícero –ao lado dos conspícuos reis magos - também ali marcavam presença na adoração ao Menino Deus. Em permanente exposição na sala de visitas, sempre que podia deitava no chão de tijolo batido e passava horas a apreciar e conjecturar sobre tudo aquilo que, aos olhos do menino que eu era, parecia belo e real.
Lá em Bebedouro, o Papai Noel não tinha grande prestígio, pelo menos na minha casa. Acho que ele não gostava das crianças do meu bairro, porque meus amigos também não recebiam sua dadivosa visita. Não precisei de muitos natais para ter dolorosas certezas: 1º ) que ele me esnobava; 2º ) de sua inexistência.
Há três anos estas convicções seriam seriamente abaladas. É que estive, junto com os netos Maria Clara e Caio em Gramado, justamente na noite de Natal. É uma festa muito bonita, com variadas atrações, cujo máximo apelo é o desfile de Papais Noeis, e a apoteótica presença do “legítimo” Papai Noel, com direito a carruagem puxada por encantadas renas. Meu neto, um especialista no ramo, foi taxativo: “Vô, esse é o verdadeiro!”
O nosso Noel, como costuma fazer quase todo ano, já andou por Brasília e concedeu um aumento aos deputados de quase sessenta e três por cento. Aproveitou e diplomou Paulo Maluf, o “mais ficha limpo do país”.
Brasília agora está gloriosa. Ali estão: Tiririca, Maluf, Papai Noel, Lula e Dilma.
Uma das minhas lembranças prediletas do Natal da minha infância caminha para uma manjedoura que duas piedosas vizinhas, as irmãs Olímpia e Bulú, minuciosamente construíam. Já falei sobre ela: havia a família (Maria, o resignado e solícito José e a criança). Em volta, os bichos de sempre (bois, ovelhas, galinhas, cachorros).
Para provar a transcendência do momento, miniaturas de leões, tigres e elefantes também lá estavam em submissa atitude, convivendo em fraterna harmonia. Para completar, imagens de Getúlio Vargas e Padre Cícero –ao lado dos conspícuos reis magos - também ali marcavam presença na adoração ao Menino Deus. Em permanente exposição na sala de visitas, sempre que podia deitava no chão de tijolo batido e passava horas a apreciar e conjecturar sobre tudo aquilo que, aos olhos do menino que eu era, parecia belo e real.
Lá em Bebedouro, o Papai Noel não tinha grande prestígio, pelo menos na minha casa. Acho que ele não gostava das crianças do meu bairro, porque meus amigos também não recebiam sua dadivosa visita. Não precisei de muitos natais para ter dolorosas certezas: 1º ) que ele me esnobava; 2º ) de sua inexistência.
Há três anos estas convicções seriam seriamente abaladas. É que estive, junto com os netos Maria Clara e Caio em Gramado, justamente na noite de Natal. É uma festa muito bonita, com variadas atrações, cujo máximo apelo é o desfile de Papais Noeis, e a apoteótica presença do “legítimo” Papai Noel, com direito a carruagem puxada por encantadas renas. Meu neto, um especialista no ramo, foi taxativo: “Vô, esse é o verdadeiro!”
O nosso Noel, como costuma fazer quase todo ano, já andou por Brasília e concedeu um aumento aos deputados de quase sessenta e três por cento. Aproveitou e diplomou Paulo Maluf, o “mais ficha limpo do país”.
Brasília agora está gloriosa. Ali estão: Tiririca, Maluf, Papai Noel, Lula e Dilma.
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