sexta-feira, 20 de outubro de 2017

HOMENAGEM AO CADÁVER DESCONHECIDO DEZ, DE 1971

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Ronald Mendonça compartilhou a própria foto.
Homenagem (E Gratidão) ao Cadáver Desconhecido. Anfiteatro de Anatomia, 1971. Univ. Fed. de Alagoas. Doutorandos de 1971.
Ronald Mendonça está com Nadja Mendonca e outras 7 pessoas em Praça Afranio Jorge.
8 de dezembro de 1971Maceió

e do tempo. Tenho a impressão de se fosse para ter um curso de cidadania os estudantes não precisam queimar as pestanas para conseguir uma vaga no curso de medicina. Dou uma sugestão : a Ufal cria uma faculdade de cidadania e deixa o curso de medicina ensinar medicina

AS MIL FACES, OU FARSAS, DO TRABALHO ESCRAVO

AS MIL FACES, OU FARSAS, DO TRABALHO ESCRAVO
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) define como Trabalho Escravo "aquele (trabalho) ou serviço executado por alguém sob ameaça de sanção ou para o qual a pessoa não se ofereceu espontaneamente", segundo L. Narloch, nessa definição seriam incluídas as pessoas que trabalham para pagar uma dívida com o patrão ou para resgatar documentos, impedidos por um segurança de sair da empresa ou trabalha num lugar remoto demais, como uma refinaria de petróleo e o patrão se recusa a fornecer o transporte para elas partirem. Em 2003, segundo Narloch, uma lei mudou o Código Penal para adicionar dois critérios à definição da OIT: a jornada exaustiva e as condições degradantes. Ou seja, se antes o TE era restrito ao trabalho contra a vontade, passou a incluir empregos para os quais a pessoa se ofereceu voluntariamente e que poderia abandonar quando deixasse de considera-lo vantajoso. Para Narloch, das denúncias de trabalho análogo à escravidão quE viram notícias, quase todos são desse tipo: serviços precários e exaustivos, aos quais as pessoas se submetem por falta de alternativa. Em 2011, o Ministério do Trabalho publicou uma instrução normativa com recomendações para caracterizar o delito: "toda jornada de trabalho de natureza física ou mental que, por sua extensão ou intensidade, cause esgotamento das capacidades corpóreas da pessoa do trabalhador, ainda que transitória e temporalmente, acarretando, em consequência, riscos à sua segurança e/ou à sua Saúde". O autor argumenta. Esgotamento temporário causado por uma jornada de trabalho de natureza mental? Todos os mestrandos, doutorandos, jornalistas, médicos, enfermeiros passam por por isso, muitos deles durante 40-50 anos. Todos os pais de recem-nascidos sabem muito bem o que é esgotamento das capacidades corpóreas, ainda que temporariamente. "Os protagonistas do combate ao "trabalho escravo", dizem em coro que a escravidão moderna não se define por restrição à liberdade e pouco tem a ver com a escravidão tradicional. Trocando em miúdos, devemos parar de acreditar que um crime é o que ele sempre foi. Aplicando essa regra a outras situações, um homem que inveja o vizinho pelo seu carro importado poderia ser condenado por furto, posto que "não se pode continuar adotando uma concepção caricatural do furto, como se todas as vítimas do crime tivessem um bem subtraído".
Pessoalmente, dei plantões praticamente em 3/4 da minha vida profissional. Se contabilizar os tempos de estudante de medicina, lá se vão quase 50 anos de jornadas cavalares de trabalho.
 Digo mais, há colegas sessentões que beijam a mulher e os filhos na segunda-feira para trabalhar em cidades do interior e até em estados diferentes (Pernambuco, Sergipe, Bahia...), e só voltam para casa cinco dias depois. São seguidas jornadas de plantões em unidades de emergência, trabalhos em ambulatórios atendendo 40-50 pacientes, de olho no relógio para não chegar atrasado no outro emprego,  distante cinquenta quilômetros.
 Nunca soube que auditores do trabalho, jornalistas, petistas, socialistas, comunistas, anarquistas, sacerdotes, pastores, ONGs, procuradores et alii, interessaram-se em denunciar casos escandalosos de escravidão no trabalho médico. Nunca soube de um médico ou enfermeiro ter sido "resgatado" por conta de submissão a jornadas exaustivas ou por trabalharem em ambientes insalubres, nojentos, sórdidos, degradantes. 
A propósito, muitas vezes dormi sobre colchões sem lençóis e até sem travesseiros. Vezes outras, pacientes alojados nos corredores urinavam no chão e o dejeto ia acumular-se no nosso alojamento, entrando pela brecha de uma porta. Digo a vocês, parei com esses plantões no interior e em Maceió quando deixaram de ser atraentes do ponto de vista de segurança, de limite de chateações e até pelo jaez financeiro.
 "A maioria das pessoas que são "resgatadas" por autoridades e quejandos ficam desempregadas, após gastarem  por dois ou três meses as indenizações, e quando o dinheiro acaba procuram postos de trabalho semelhantes. Existem casos de "escravos" ganhando até cinco mil reais por mês. A solução que alguns encontram é desapropriar as fazendas, fechar empresas (geralmente pequenas) enclausurar o desumano patrão..." Ou seja, colocar sujeira no ventilador, enquanto morrem de rir tomando uísque escocês e delirando sobre o dia em que o país será socializado (desde que não mexam em suas mordomias!).

REPUGNANTE VILIPÊNDIO


REPUGNANTE  VILIPÊNDIO
Dias atrás, em sessão na Câmara dos deputados, assisti a transmissão de um feroz bate- boca entre  o Carimbão, deputado alagoano e o ministro da Cultura. Injuriado com os nus obscenos retratados em tela em exposições patrocinadas pelo grupo financeiro Santander, expondo a judia Maria, mãe de Jesus, retratada no chamado “nu ginecológico”, e também amamentando um chipanzé, além de, em outra tela, ser apresentada na companhia de alguém  a urinar em sua cabeça. O fato é que, movido pela Fé, Carimbão ficou próximo de uma apoplexia. Em dado momento, ânimos acirrados, o deputado perguntou ao ministro se este gostaria de ter sua mãe, sua mulher, sua irmã ou sua filha,  retratadas arreganhadas e urinadas por outrem.
A adorável  jornalistada assanhou-se, naturalmente apoiando os artistas, já descobrindo brechas para enquadrar o deputado em alguma falta de decoro!
Todos sabem que a iconoclastia é política, esquerdista, comunistóide. Qual a real intenção em expor-se duas pessoas (Maria e Jesus) em cujas vidas não foram registradas condutas exibicionistas? Notoriedade? Que se retrate uma Bórgia, uma Afrodite, uma Diana, um concupiscente Apolo, um Nero sendo penetrado posteriormente, um Sócrates a bolinar o falus de algum mancebo,,,
Fico a imaginar qual seria a reação desses vanguardistas se desse na telha de algum pintor representar o Che Guevara (o imortal ídolo!) no exato momento em que ele rendeu-se aos soldados colombianos. A cena seria fantástica e até verossímil. Guevara acocorado, calças arreadas, magricelas nádegas à mostra, delas escorrendo aquele material fétido a ensopar-lhe calças e botas. Para completar uma legenda: "não me mate, moço, vivo valho mais que morto; sou apenas um médico sem fronteiras que aqui veio para salvar a vida de pessoas. Juro que tudo é mentira, nunca! Nunca! em toda a minha vida matei qualquer ser vivo, nem caranguejera".
Penso como seria recebida pelos jornalistas, anarquistas,vanguardistas, intelectuais avançadinhos, sociólogos e outros que tais se alguém reproduzisse em uma tela Hitler, Stalin, Lenin e Mao abraçadinhos  mijando debochadamente sobre milhões de cadáveres, assim tornados por suas iniciativas. Para relembrar, Picasso pintou Guernica, tela mais que famosa, retratando os horrores da Guerra Civil Espanhola...
No fim de tudo, o apelo descabido e desonesto dessa falsa arte, quando nada, vilipendia a memória de pessoas sabidamente mansas, já falecidas, que não têm condições de se defender, nem de esfregar um processo nas fuças dessas simulacros de artistas. Será que D. Hélder Câmara pagaria ingresso para deleitar seu bondoso olhar nessas exposições?