UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA
“GOD” E OS COMUNS MORTAIS
RONALD MENDONÇA
MÉDICO E MEMBRO DA AAL
Finalmente está se chegando à Suprema Verdade. Nunca existiu mensalão. Aquela dinheirama, que escorria livre leve e solta, quase à socapa, nas mãos dos dirigentes e gurus da quadrilha que “nem rouba, nem deixa roubar” não passa de fantasias psicodislépticas dos procuradores da República.
Pelo menos é o que se depreende das orações dos brilhantes causídicos que ora se revezam no palco do STF, performances de dar inveja a Sir Lawrence Olivier (o maior dos shakespearianos). Não poderia ser diferente. Afinal de contas, o chefão é simplesmente o insuperável Márcio Bastos, ou “God”, como é tratado pelos acólitos. Por sinal, “God” teria ficado p. da vida quando a linda Andressa Mendonça (uma prima distante) foi acusada de tentar chantagear o juiz responsável pelo “caso Cachoeira”.
Más línguas, no entanto, atribuem o espasmo ético de “God” ao fato de não vir recebendo, regularmente, a gorda bufunfa do contraventor. Há quem diga que o defensor dos oprimidos vinha levando esporros impublicáveis do marido de Andressa, por continuar preso, apesar do prestígio de “God”.
Comenta-se que o que mais maltrata o nosso pobre Cachoeira é estar longe dos botões da blusa de "Drê", hipocorístico de travessuras de alcova da deliciosa priminha, certamente sussurrado sob macios lençois e soltos travesseiros.
Falo de música, Cachoeira e God e logo vem a imagem de personagem de igual estatura: Demóstenes Torres, o incorruptível jacobino do Brasil Central. Depois dele só um Zé Dirceu tem cacife para competir de igual para igual.
Recém-cassado, Demóstenes deu um show de superação. Nesta semana foi visto a participar de canora noitada num restaurante de Brasília, um point imperdível onde a nata dos defensores dos mensaleiros comemorava. Dentre outros sucessos, encerraria o recital com uma emocionante canção de Sinatra.
Em meio a festins de Baltasar, há ainda quem dê duro nesse País. Não obstante a crônica anemia em medalhas olímpicas - retrato do MEC a imprensa tem focado em Touro Moreno, anônimo ex-pugilista que, mesmo sem ajuda oficial, acreditou que poderia transformar seus filhos, Esquiva e Yamaguchi, em campeões de boxe.
A cada vitória, Moreno tem sido lembrado pelos filhos, preito especialmente significativo às vésperas do Dia dos Pais.
Tomo carona nessas manifestações. Com a licença dos leitores, presto uma homenagem ao meu saudoso pai, que punha fé que livros e lápis fariam a diferença no destino dos filhos.
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