segunda-feira, 8 de março de 2010
Comissão da calúnia
No preciso momento em que boa parte das elites políticas alagoanas, de forma marota ou “ideológica”, faz coros de améns ao governo federal lulista/petista, um conterrâneo ousa contrariar documento oficial que afronta o bom senso. O alagoano é Maynard Santa Rosa, contemporâneo do Colégio Diocesano nos meados do século passado.Hoje general do Exército, não foi a primeira vez que o militar pagou o preço de discordar das trapalhadas do atual governo. Com efeito, recentemente, viu-se demitido de suas funções por opinar sobre os destinos da “Comissão da Verdade”, suposta iniciativa de setores “radicais” para alumiar os porões da ditadura no que tange às torturas de presos políticos e terroristas.Embora não seja só isso, a tal “Comissão da Verdade” conseguiu desagradar até a CNBB, tradicional braço religioso dessa turma, que no fundo a usa e, ateia, a despreza. Ouvi falar que até o conspícuo Frei Betto teria ficado injuriado.Ponho-me no lugar dos torturados ou dos seus parentes e concluo que não gostaria de cruzar com pessoas que houvessem enfiado paus nas minhas preciosas e indevassadas cavidades naturais, nem tivessem me levado ao paroxismo do desespero com asfixias em tonéis de fezes e urina. Muito menos apreciaria conviver com bandidos torturadores de filhos que um dia embalei.Também não queria estar na pele dos que padeceram a ação dos terroristas que mataram, patrocinaram julgamentos sumários, assaltaram bancos e roubaram residências em nome de uma “resistência ideológica” à ditadura militar. Na verdade, uma horda de fanáticos que à revelia da vontade popular queria implantar regime mais violento, historicamente tanto ou mais sangrento.Assim, é aceitável que o justo e o certo seria investigar as atuações de gente como o militar Brilhante Ustra, considerado um dos pais da tortura no Brasil, e na outra ponta a terrorista Estela – dentre outros – hoje mais conhecida como Dilma Rousseff, apontada como uma das mães do fracassado terrorismo pátrio, cuja invejável folha corrida inclui cinematográfico assalto aos cofres da casa de Ana Benchimol, favorita do famigerado Ademar de Barros, governador cassado de São Paulo.Não sei se o general Santa Rosa exagera ao denominar “Comissão da Calúnia” e de “fanáticos” os seus membros. No mínimo, sua intervenção serviu para mais discussões. No fim de tudo, é bom não perder de vista que há muitas famílias que não sabem o que foi feito do que restou dos seus filhos. (*) É médico e professor da Ufal.
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