Olá, Zé Thomáz
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Nunca é tarde para um arrependimento. Essa velha máxima chinesa é a que me vem quando me asseguro da substituição da secretária da saúde pelo ex-deputado José Thomáz Nonô. Primo pobre e distante, não estou movido a revanchismos, que só maltratam meu quase septuagenário coração. Muito menos, alimenta-me o puxa-saquismo rasteiro, que humilha o portador e chateia o alvo dos salamaleques. Não tenho o medo como combustível. Há exatos 365 dias, publiquei um texto, nesta coluna, denunciando a gratuita perseguição que a cinquentenária clínica psiquiátrica José Lopes vinha sofrendo pela Secretaria Municipal de Saúde.
Nunca fui recebido pela secretária. A bem da verdade, depois que conversei com o prefeito é que uma das diretoras da José Lopes conseguiu uma audiência com a ex-titular da pasta. Não a conhecia. Por acaso, participei de uma audiência pública, ela estava presente, e a alertei da morosidade, da incompetência, da sabotagem das suas assessoras.
Passamos um ano e meio tentando reduzir o número de leitos do José Lopes (tentando passar de míseros trinta reais para míseros quarenta reais). A Secretaria Municipal da Saúde era uma esculhambação. Levou uma ano e meio para nos fornecer um número, um tal de Cenes, conditio sine qua non para celebrarmos um outro convênio com a Secretaria de Estado da Saúde. Por isso, há um ano, escrevi que a secretária Silvana Medeiros entraria para a história da Medicina de Alagoas como a iconoclasta que fechou o José Lopes para o SUS.
Avalizada por Medeiros, a psiquiatria é o único ramo da Medicina em que assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogas metem o bedelho. Uma horda de incompetentes levanta as sobrancelhas, funga, pisca e exibe esquisitas “mungangas” faciais; dita regras, atende por “doutoras”, posa de grande autoridade científica, como se entendesse do riscado, como se conseguisse distinguir um psicótico de um neurótico.
Não vejo essa perversão na minha neurocirurgia. Aliás, vivo torcendo para uma analfabeta deste quilate me abordar acerca das minhas condutas médicas. Torço para essa horda dar palpites na cardiologia, na nefrologia, na cirurgia ... Nada. A ousadia da horda é com a psiquiatria...
O Zé Thomáz não tem nada a aproveitar da gestão anterior. A escolha do Antonio de Pádua foi feliz. Embora reste pouco tempo, há muito a se fazer. AP sabe que perseguir médico é a via mais infeliz de um gestor da Saúde.
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