sábado, 16 de fevereiro de 2013

CADEIRA VAZIA

CADEIRA VAZIA

RONALD MENDONÇA

MÉDICO E MEMBRO DA AAL






Quer-se compreender a imperial indiferença com que dona Dilma et alii receberam  a renúncia de Bento 16. Macumbeiros, ciganos,  adivinhos, petistas, tucanos, periquitos, homossexuais, aborteiros, comunistas, ateus, agnósticos, teólogos marxistas e seitas "evangélicas", que pululam por aí às pencas, no governo e fora dele, talvez tenham seus motivos para festejar a saída de Ratzinger. Freirinhas modernosas e padres casadoiros estariam no rol dos ressentidos.

Comenta-se que um inconfidente valet de chambre de S. Santidade ao apoderar-se de  dados "comprometedores",  teria sido a gota d´água.   Em nome da unidade católica, num supremo sacrifício, o papa joga a toalha. Torço para que dados impublicáveis não melem de vez a biografia do sumo pontífice.

O fato é que a  cadeira de Pedro está vazia.  A meu ver Bento encheu o saco. Não está mais a fim de sorrir sem  vontade, de distribuir bênçãos ao léu,  de dar frugais adeusinhos a  hordas de babacas travestidos de peregrinos, que viajam milhares de quilômetros, muitas vezes arriscando suas vidas em aviões inóspitos, pilotados por alcoólatras tarados.

Nesse momento, o  mínimo que se pode fazer é respeitar a vontade de um ancião. O cara está doente. Ninguém de 85 anos  esbanja saúde de touro premiado.  Presume-se que nosso herói tenha perdido a tesão para usar aquelas vestes extravagantes, aqueles  grotescos chapéus. O homem cansou. Chega um momento  em que a liturgia do cargo torra a paciência do mais virtuoso dos homens. Até o Sarney arriou o bombo...

Vaticanistas e outros palpiteiros  especulam sobre papáveis.  Atrevo-me a conjecturar se não estaria na hora de um ecumenismo mais amplo. Em meio a Malafaia e R. Soares,  Edir Macedo teria tutano para agarrar no caduceu de Pedro? Sustaria o  avanço sarraceno?

Claro, a ousadia seria menor se a escolha recaísse no clero sul-americano. D. Fernando Lugo,  o lendário bispo reprodutor  paraguaio e os piedosos teólogos   Betto e Leonardo Boff não podem ser descartados. Monsenhor Luiz Marques e Padre Júlio Lancellotti,  incondicionais guardiães da infância, são nomes fortíssimos.

 Não vou negar: se dependesse do meu voto, casado, solteiro ou amigado, Lula já estaria lá.  Culto, piedoso, sobretudo ético e honesto, além de misericordioso com viúvas, é o cara certo para moralizar recintos. De cara, criaria o bolsa-hóstia e o bolsa-sermão. Com ele iriam  os cardeais do PMDB. 
 
 De quebra, exporia os esqueletos de Hugo Chaves e de Fidel para adoração em câmara ardente. Sob as batutas de Valério e Zé Dirceu & Cia o Banco do Vaticano iria bombar. Completando a equipe,  as delicadas  femmes de chambre, ninguém menos que  Erenice, Dilma e Rose. 

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