sábado, 10 de setembro de 2011

II FLIMAR, VIVOS NA LEMBRANÇA

Mais uma página sangrenta macula nossa história: o assassinato, há uma semana, do médico e professor da Ufal Luiz Ferreira. Figura muito estimada, quer me parecer oportuno que os órgãos aos quais Ferreira era ligado (CRM, Sindicato dos Médicos, Ufal) bem que poderiam sair do habitual monocordismo retórico para cobrar uma resposta mais rápida das autoridades.Basta colocar os respectivos departamentos jurídicos à disposição da causa.
O fat é que não há perplexidades. Os crimes no Brasil passaram à condição de banalidades desde que a generalizada sensação de impunidade nos foi conferida pela classe política. A última lição nos foi dada pela Câmara dos Deputados, com a absolvição de Jaqueline Roriz. Flagrada recebendo propina, os nobres colegas a inocentaram, sob a argumentação de que na oportunidade ela não era deputada. Com o mandato vigorando, a parlamentar nunca será julgada pela justiça comum.
Por tudo isso, o cidadão comum se julga credor de alguma patifaria. Se os senhores deputados (e ex), ministros, presidentes & filhos, governadores, senadores, prefeitos, secretários de Estado, diretores de órgãos e até contínuos de repartições públicas têm o direito de meter a mão no bolo, por que não o degas?
Nem tudo é desgraça. Aqui mesmo nas Alagoas, o escritor Carlito Lima prova que se pode sonhar. Com efeito, na 2ª Flimar (Festa Literária de Marechal Deodoro), que ora acontece, nosso Velho Capita pôs em ebulição nosso mundo cultural. Na histórica Marechal, Carlito teve a feliz iniciativa de homenagear pessoalmente o grande Ledo Ivo, sem qualquer dúvida o literato alagoano mais ilustre. Membro da Academia Brasileira e da Academia Alagoana de Letras (AAL), dotado de febril e plural criatividade intelectual, nosso egrégio conterrâneo está sendo alvo de carinhosas manifestações.
Arnon de Mello também é outro alagoano que tem sido objeto de estudo e conferências. Na homenagem, um aspecto singular: Carlos Mendonça e Milton Ênio, incumbidos da missão, conviveram com o eminente político e empresário. Admiradores do homenageado, seus depoimentos são carregados de particular emotividade.
Dois Jorges alagoanos mereceram a atenção do organizador da 2ª Flimar: Jorge de Lima e Jorge Cooper. Lima tem sido mais constantemente visitado. Por sinal, parte do seu acervo está em exposição na Casa Jorge de Lima, na Praça Sinimbu, atual sede da AAL. Ao mirar em Jorge Cooper, convocando seu filho, médico e poeta Charles Cooper, Carlito Lima resgata uma personalidade meio esquecida, não obstante importante da nossa poesia.

2 comentários:

Flávio Rezende disse...

Grande mestre! Tive uma grata surpresa ao me deparar com o seu Blog, repleto de textos excelentes. Percebo que manifesta seus talentos muito além da famigerada esfera da neurocirurgia, ou da docência. Por falar em docência, saiba que os estudantes da graduação estão amargando um curso ausente de neurocirurgia! Um certo animal do deserto tem sido visto escurraçando os doutorandos das neurocirurgias do HU!

Saudações Acadêmicas

Flávio Rezende

RONALD disse...

Muito honrado com a sua leitura e com os comentários elogiosos, caro Flávio. Creio que a Faculcade de Medicina está passando por um processo de mudanças, espero que consiga sair ilesa dessas turbulências momentâneas.Um fato me parece claro: seu destino é, antes de tudo, formar bons médicos. O resto é perfumaria.Um abraço Ronald